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PESQUISA
52% apóiam modificar lei do trabalho; maioria está mal informada
Paulistano está dividido
sobre mudanças na CLT
DA REDAÇÃO
A maioria dos paulistanos
-61%- está mal informada ou
nem tomou conhecimento do
projeto de lei que muda a legislação trabalhista, isto é, que permite
a sindicatos de trabalhadores e
empresas acertarem acordos que
suspendem ou alteram pontos da
CLT, a Consolidação das Leis do
Trabalho.
Entre os que tomaram conhecimento do projeto de lei do governo, 47% são a favor da sua aprovação pelo Congresso e 46% são
contra, segundo pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira passada na cidade de São Paulo.
No total, os paulistanos que
apóiam a mudança vencem os
que a ela se opõem por 52% a
40%. Na quarta-feira passada,
uma votação na Câmara -que
acabou anulada pela quebra do
painel de registro de votos-
mostrou que 55,3% contra 44,7%
dos deputados aprovariam a lei.
Apesar de aprovarem a mudança defendida pelo ministro do
Trabalho, Francisco Dornelles, e
pelas associações e sindicatos empresariais, apenas 39% dos moradores de São Paulo se dizem bem
ou mais ou menos informados sobre a alteração da CLT, que completou 58 anos no dia 10 de novembro. Nem ao menos tomaram
conhecimento do projeto de mudança 45% dos paulistanos; outros 16% se dizem mal informados sobre o assunto.
Os argumentos de sindicatos e
partidos de esquerda, de um lado,
e os do governo e empresários a
respeito dos efeitos da mudança
parecem de certo modo orientar a
disposição dos paulistanos em
aceitar ou não o projeto de lei.
Governo e empresários, assim
como muitos economistas, afirmam que a chamada flexibilização da CLT teria efeito positivo
sobre a criação de empregos ou
aumentaria a legalização do trabalho -isto é, o número de carteiras assinadas.
Os trabalhadores sem carteira
(63%) e os autônomos regulares
(64%) estão entre os que mais dão
apoio à aprovação da mudança da
CLT. O grupo mais afinado com o
projeto do governo é o dos paulistanos que ganham mais de R$
3.600 -66% apóiam a mudança.
A CUT, central sindical à esquerda, partidos e intelectuais de
esquerda e oposição ao governo
Fernando Henrique Cardoso argumentam que, tal como proposta, a mudança da CLT acarretaria
perda ou redução de direitos como férias, 13º salário e adicional
de salário para horas extras. Os
trabalhadores sindicalizados
(54%) e assalariados com carteira
assinada (49%) estão entre os que
mais se opõem à flexibilização.
Os mais bem informados sobre
o projeto de lei do governo entre
os moradores de São Paulo são os
mais bem pagos e mais instruídos: 89% dos que recebem mais
de R$ 3.600 e daqueles que completaram o curso superior.
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