DA REPORTAGEM LOCAL

As histórias de alguns sindicatos brasileiros podem servir até de inspiração para autores de novelas. Desvio de dinheiro e disputa de poder são situações vividas frequentemente pelos representantes dos trabalhadores.
Em Monte Alto (SP), o presidente e o tesoureiro do sindicato dos metalúrgicos, filiado à CUT, foram afastados em outubro sob acusação de desvio de dinheiro. Detalhe: a nova direção está agora sob o comando de um funcionário público da cidade.
A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT informa que o presidente da entidade, José Rodrigues, renunciou após ter sido acusado de desviar R$ 5.000 do sindicato. Na versão do sindicato, Rodrigues e Anselmo Furio, o antigo tesoureiro, foram tirados do cargo pela própria diretoria da entidade, que representa 2.500 trabalhadores e tem 600 sócios.
O novo presidente é Ângelo Francisco Pereira, antigo diretor do sindicato e também fiscal de limpeza da cidade de Monte Alto, pelo qual recebe R$ 3.000 por mês, segundo a Folha apurou. Ele diz que é funcionário da metalúrgica Ítalo Lanfredi. "Prefiro não fazer comentários. Tudo está muito tumultuado por aqui", diz.
A federação dos metalúrgicos informa que, pelo estatuto, vai realizar eleições na entidade e que Pereira é interino.

Nova tendência
Em Salto (SP), Cláudio Domingos da Silva, presidente do sindicato dos metalúrgicos (CUT), diz que o que chama atenção no interior do Estado são as tentativas de criação de sindicatos.
"Em Sorocaba, por exemplo, um ex-dirigente sindical tentou montar um sindicato para reunir os empregados em transporte de empilhadeira", afirma. "Estivemos lá e ninguém apareceu na assembléia." (FF e CR)



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