São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001

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OUTRO LADO

"Não há o que contestar", diz sindicalista

DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo entendem que a cobrança de taxa de negociação nos acordos coletivos favorece trabalhadores e patrões. "O trabalhador não paga contribuição assistencial. Tiramos o ônus dele e passamos para o empresário", diz Ramiro de Jesus Pinto, do sindicato.
Segundo o sindicalista, esse tipo de acordo vem sendo feito desde 99 e tem a aprovação, em assembléia, dos trabalhadores. "Não há o que contestar."
Sobre o fato de aplicar o reajuste nos salários dois meses após a data-base, o presidente do sindicato diz que não há nada na CLT que impeça essa prática. "Onde está escrito que o reajuste tem de ser dado a partir de 1º de novembro [data-base dos metalúrgicos de São Paulo"? Se o acordo coletivo não fosse feito, os trabalhadores ficariam sem correção salarial. Os funcionários públicos não ficaram anos sem reajuste?"
Segundo o presidente do sindicato, os bancários de São Paulo (CUT) também adiaram a aplicação do reajuste e negociaram abono em sua data-base. "O aumento deles é somente em novembro, quando a data-base é setembro. Por que eles podem fazer e nós não?".
O presidente do Sindicato dos Bancários, João Vaccari, nega a semelhança entre os acordos e ameaça processar a Força. "Nosso reajuste de 5,5% é retroativo ao mês de setembro. Os salários são atualizados já em novembro. Além disso há um abono de R$ 1.100 e participação nos lucros, pagos a partir deste mês", afirma Vaccari. "Nesse sindicato [dos bancários" só entra dinheiro do trabalhador. Não temos costume de receber dinheiro do patrão, como os metalúrgicos de São Paulo", diz.
O dinheiro arrecadado com a taxa negocial é gasto com cursos de requalificação profissional, diz a Força.


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