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VAREJO
Em novembro, 254 mil registros de carnês em atraso foram cancelados, diz a Associação Comercial de São Paulo
Consumidor limpa nome antes do Natal
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
Consumidores paulistanos estão
quitando suas dívidas atrasadas
para poder voltar às compras neste
final de ano.
Com a proximidade do Natal,
cresceu o movimento de inadimplentes limpando o nome no SPC
(Serviço de Proteção ao Crédito),
de acordo com dados divulgados
ontem pela Associação Comercial
de São Paulo.
No mês de passado, 253.633 registros de carnês em atraso foram
cancelados, recorde desde o início
da série histórica da entidade desde a década de 60.
A Associação Comercial de São
Paulo considera inadimplente o
consumidor que atrasa a parcela
do crediário em mais de 30 dias.
O número de dívidas atrasadas
quitadas ou renegociadas de novembro foi 1,4% maior que o registrado em outubro.
Se comparado com o mesmo
mês do ano passado, quando a inadimplência era muito menor, o
número cresceu 80%.
A intenção de ir às compras dos
ex-inadimplentes é atestada por
pesquisa realizada pela associação
com 200 consumidores que limparam seus nomes no SPC.
A maioria -60%- respondeu
que pretende realizar novas compras a prazo para o Natal.
Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo,
avalia que o Natal deste ano será
equivalente ao do ano passado em
volume de vendas, trazendo certo
alívio aos comerciantes.
"Esperava-se uma catástrofe, já
que os dados de outubro mostravam uma tendência pior do que a
atual", afirma o economista.
"Presentinhos"
Os lojistas dos shopping centers
também estão otimistas e, a partir
do crescimento de 10% nas vendas
somente no último final de semana, esperam ter um Natal ao menos igual ao de 97.
"A expectativa daqui para a frente é vender mais com o pagamento
da primeira parcela do décimo terceiro salário", diz Nabil Shayoun,
presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers do Estado de São Paulo, que representa 26
mil estabelecimentos comerciais.
Os consumidores podem estar
voltando às compras, mas estão
maneirando nos gastos.
"O movimento cresce e há saída
para produtos de baixo valor; só
não vende eletrodomésticos", afirma Shayoun.
O mesmo diagnóstico é feito pelo
economista da Associação Comercial de São Paulo, Emilio Alfieri.
No caso do consumidor que está
limpando seu nome do SPC e voltando às compras, os produtos
mais cobiçados são as roupas e os
calçados.
Pesquisa com esses consumidores sobre intenção de compra mostra que 28% afirmam que irão
comprar roupas e calçados.
Em segundo lugar na preferência
dos consumidores estão os eletrodomésticos, com 17% das respostas sobre intenção de compras.
Em novembro, o número de consultas ao Telecheque (que serve de
termômetro para as vendas a vista
e com cheque pré-datado) foi 7,5%
menor do que o registrado em outubro. Mesmo assim, ficou 3% acima do observado em novembro do
ano passado.
No caso das consultas ao SPC,
que refletem a venda por crediário,
o número de consultas cresceu
5,4% sobre o mesmo mês de 97.
"As consultas ao SPC estavam
caindo na comparação com 97 até
o mês de outubro", afirma Alfieri.
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