São Paulo, quarta, 2 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GAVETA FECHADA
Setor, que também faz guarda-chuva, sucumbe à concorrência asiática
Sem apoio, sindicato de bengala fecha e encerra ciclo ndustrial

FREDERICO VASCONCELOS
da Reportagem Local

A indústria paulista completa um ciclo, com a dissolução, nesta semana, do Sindicato da Indústria de Guarda-Chuvas e Bengalas de São Paulo.
O fim do sindicato reflete o desaparecimento de um pequeno segmento industrial diante da invasão de importados, com a abertura da economia.
Literalmente, sem o guarda-chuva de mecanismos de proteção, pequenas indústrias foram levadas pela enxurrada de artigos asiáticos, mais baratos.
O sindicato fechou as portas com apenas uma associada: a Samira, empresa do presidente da entidade, Moris Goichberg, e do tesoureiro, Cássio Elisabetsky.
Esse "sindicato de gaveta" tinha poder de voto na Fiesp igual ao da indústria de autopeças.
Sua dissolução não se deveu a uma nova ordenação sindical na Fiesp, o que depende de mudanças na legislação sindical.
Até lá, outros cartórios continuarão operando. O sindicato das bengalas dividia uma sala com três sindicatos: o de cordoalha e estopa, o de balanças, pesos e medidas e o de chapéus.
O chapéu saiu de moda, mas a Fiesp conserva o sindicato de "chapéus de homens" e o de "roupas e chapéus de senhoras", além do sindicato de "luvas, bolsas e peles de resguardo".
Há o sindicato da "indústria de confecção de roupas", o da "indústria de alfaiataria e de confecção de roupas de homem" e o "da indústria de camisas para homem e roupas brancas".
Esse último funciona num pardieiro, no Brás, junto com o sindicato da "indústria da mandioca". Lá, compartilham sala, estrutura e desimportância com seis sindicatos do comércio.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.