São Paulo, quarta, 2 de dezembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa chega a cair 4,5%, mas tem reação

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a fechar em queda, após baixar mais de 5% na segunda.
O Ibovespa, índice da Bolsa paulista, encerrou com desvalorização de 1%, bem mais modesta do que a atingida durante o pregão, que assustou operadores.
No pior momento do dia, a Bolsa chegou a cair 4,5%. A repetição da baixa de segunda levou participantes do mercado a questionar se haveria algum motivo mais sério por trás do movimento.
A queda da segunda-feira foi atribuída a uma realização de lucros -já que o mercado acumulava alta forte nas últimas semanas- e muitos esperavam que o movimento continuasse ontem, mas não em tal intensidade.
A recuperação no final do dia acabou afastando tais temores, confirmando, ao menos por enquanto, a tese de realização.
O fraco desempenho da Bovespa seguiu a tendência ditada pelos demais mercados acionários. As Bolsas asiáticas e européias caíram fortemente, correndo atrás da baixa ocorrida em Nova York na segunda (-2,32%).
O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 4,1%. Em Tóquio, a baixa foi de 0,32%. O índice FT-100 de Londres teve queda de 3,59%, enquanto em Frankfurt o recuo foi de 4,95%.
Para completar o quadro negativo, Nova York teve um pregão muito volátil. Subiu e desceu durante o dia, chegou a cair 1,4% e fechou positivo em 0,19%.
No mercado local, um fato interessante foi notado por um operador. Não foram as ações das telefônicas, vedetes da recente alta da Bolsa, as responsáveis pela queda.
Enquanto as teles responderam por cerca de 30% a 35% do volume das últimas semanas, ontem elas participaram com cerca de 10%. O inverso ocorreu com o recibo de Telebrás, que ontem ocupou mais espaço.
O raciocínio: as ações compradas na semana passada não foram as mesmas vendidas ontem. O pregão foi muito mais caracterizado por operações de "day trade", de investidores que tentaram ganhar com as oscilações no dia.
Os mercados de câmbio e juros não tiveram grandes alterações. O BC manteve a redução de 0,2 ponto na taxa de juro do overnight, tomando recursos a 34,2%.
Até as 19h, tinha saído pouco mais de US$ 100 milhões do país.
(VANESSA ADACHI)



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