|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Previdência muda já em 2003, diz Berzoini
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo ministro da Previdência
Social, Ricardo Berzoini, afirmou
ontem que a reforma previdenciária deverá ser aprovada ainda
neste ano, o que assegurará menor risco para as contas do país já
no Orçamento de 2004.
"Estamos tranquilos que é possível fazer a reforma da Previdência neste ano. Isso nos dará uma
perspectiva de ano a ano termos
ganhos financeiros que possam
representar folga para fazermos
políticas sociais para quem mais
precisa", disse Berzoini depois de
receber o cargo do ex-ministro da
Previdência José Cechin.
A fala do ministro corrobora o
discurso feito por Antonio Palocci
(titular da pasta da Fazenda),
também ontem, que diagnosticava a necessidade premente de
combater problemas políticos, e
não econômicos, para dar sustentabilidade ao crescimento do Brasil. Um dos problemas citados por
Palocci foi a aposentadoria dos
servidores públicos.
Berzoini adiantou que no próximo dia 10 apresentará um cronograma para a reforma da Previdência. A idéia é promover uma
série de debates com a sociedade
civil -trabalhadores e empresários-, os Estados, os municípios
e o Congresso para fechar um
modelo para a reforma.
A cerimônia de transmissão de
cargo foi realizada em conjunto
com o Ministério do Trabalho, assumido ontem por Jaques Wagner. A transmissão dos cargos foi
prestigiada com a presença de
muitos congressistas, prefeitos,
governadores, empresários, líderes sindicais e funcionários dos
ministérios.
Ar livre
Para evitar tumulto, o evento
aconteceu ao ar livre, em um pequeno palco improvisado na portaria do prédio em que funcionam os dois ministérios.
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Marco Aurélio
de Mello, o novo presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, e um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei
Chico, também compareceram à
cerimônia.
O ministro da Previdência reforçou a intenção de que a reforma do setor crie um regime único
para os trabalhadores da iniciativa privada e para o setor público.
Segundo ele, os militares deverão
estar incluídos no novo sistema,
que prevê um teto único para as
aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e do
setor público.
O valor do novo teto, ressalvou
Berzoini, só será definido depois
que o governo conseguir fechar o
modelo previdenciário a ser adotado na reforma.
"O atual teto do INSS é um bom
ponto de partida para começarmos a discussão", declarou o ministro. O teto do INSS é de R$
1.561,00.
Transição
Para os atuais servidores, Berzoini enfatizou que deverá ser
criada uma regra de transição,
respeitando os direitos adquiridos. Ou seja, para o tempo de serviço cumprido até a reforma, haverá um benefício proporcional
com base no salário integral do
servidor. Para o período posterior
à reforma, valerão as regras do regime único.
Texto Anterior: Íntegra: Leia a íntegra do discurso de posse do ministro da Fazenda Próximo Texto: Indicado para BNDES ataca reforma de Gros Índice
|