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Indicado para BNDES
ataca reforma de Gros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Indicado para a presidência do
BNDES, o economista Carlos Lessa chamou ontem de "equivocada" e "desastrosa" a reforma feita
no banco por seu ex-presidente
Francisco Gros em 2001.
Lessa disse que a reforma deu
ao BNDES a cara de um banco de
investimento de Primeiro Mundo. "Com essas reformas, o banco
perdeu a periferia, perdeu a cultura de um banco de desenvolvimento", afirmou antes da posse
do ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho.
De acordo com Lessa, antes de
2001 os projetos de financiamento
submetidos ao BNDES eram avaliados por uma equipe interdisciplinar composta por engenheiros,
economistas, contadores e advogados. Agora, houve uma separação entre a análise dos produtos e
a dos clientes.
O economista explicou que
aceitou ser presidente de um banco "de desenvolvimento". Segundo ele, as prioridades do BNDES
não podem ser as operações de
risco e os cálculos sobre o seu retorno para a instituição. "Isso não
vale necessariamente quando o
objetivo é construir o futuro do
país", disse.
Lessa disse, porém, que não tem
nada contra o financiamento de
projetos de multinacionais. "Nós
podemos financiar uma empresa
de tráfego aéreo, por exemplo,
pois isso pode fortalecer a Embraer. Nós não podemos ficar fora
da competição."
Mais tarde, na posse do ministro do Desenvolvimento, Luís
Fernando Furlan, Lessa disse que
suas prioridades serão a inclusão
social e o comércio exterior. "Se
você quiser produzir mais comida, tem que financiar a indústria
alimentícia."
Gros, que hoje preside a Petrobras, disse por meio de sua assessoria que é amigo de Lessa "há
muito tempo". E foi lacônico em
relação aos comentários do economista: "Fico muito sensibilizado com o reconhecimento dele
[Lessa" de que sempre lutei para
transformar o BNDES em uma
instituição de Primeiro Mundo".
Gros disse que ainda não havia
ligado para parabenizar o amigo
porque não sabia se ele havia sido
confirmado.
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