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MINAS E ENERGIA
Ministra Dilma Roussef diz que conter aumento das tarifas e dos combustíveis será "desafio" de sua gestão
Governo vai tentar rever IGP-M no reajuste de energia
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo tentará evitar aumentos excessivos das tarifas de
energia e dos combustíveis. Em
seu discurso de posse, a ministra
Dilma Roussef (Minas e Energia)
disse que um dos desafios do ministério será "conter o crescente
aumento das tarifas de energia e
dos preços dos combustíveis".
O novo secretário-executivo do
ministério, Maurício Tolmasquim, que também acumula o
cargo de secretário de Energia,
disse que o IGP-M (índice que
corrige parte dos custos das distribuidoras de energia) poderá ser
trocado nas 17 revisões tarifárias
deste ano, que acontecem a partir
de abril.
"O IGP-M é um fator altamente
inflacionário das tarifas. Durante
a revisão tarifária vai ser estudado
se existe algum mecanismo que,
respeitando os contratos, permita
a revisão desse índice", disse Tolmasquim. Em 2002, o IGP-M acumulou alta de 25,31%.
A ministra esclareceu, no entanto, que o governo já tem instrumentos legais para reduzir o impacto do IGP-M nas tarifas, usando um redutor desse índice (Fator
X), previsto nos contratos.
Segundo a ministra, a forma de
o governo combater a alta das tarifas é usar a "energia velha" das
geradoras federais para criar uma
espécie de "colchão" contra os aumentos. A "energia velha" é mais
barata porque é gerada por hidrelétricas estatais que já foram construídas há algum tempo e cujos
investimentos para sua construção já foram amortizados.
Segundo ela, as tarifas atuais sobem porque as licitações para
construção de usinas foram feitas
usando como critério o maior
preço pela concessão oferecido
pelo investidor privado. As licitações do atual governo terão como
critério o menor valor de tarifa
oferecido pelo investidor.
A ministra voltou a dizer que o
governo criará um mecanismo
para evitar que o preço dos combustíveis oscile muito. Esse mecanismo poderá significar o uso de
recursos da Cide (contribuição
cobrada sobre os combustíveis).
Em seu discurso de posse,
Roussef disse que o racionamento
de energia ocorrido entre junho
de 2001 e fevereiro de 2002 "foi a
comprovação do fracasso do modelo lançado no país pelo governo
que estamos substituindo". Segundo ela, a redução compulsória
de consumo criou entraves ao desenvolvimento do país.
No final do seu discurso, a ministra chorou. Ela disse, chorando, que agradecia "em especial a
todas as minhas companheiras,
muitas das quais aqui presentes,
que durante os anos 60 e 70 foram
combatentes na resistência à ditadura militar" e especialmente
"àquelas que não estão mais entre
nós".
MAE
O MAE (Mercado Atacadista de
Energia Elétrica) concluiu ontem
o processo de liquidação financeira de 50% dos valores referentes à
energia comercializada no mercado atacadista entre setembro de
2000 e setembro de 2002.
Os outros 50% só serão liquidados após a realização de uma auditoria nas contas do mercado,
conforme ficou acertado entre as
equipes do PT (governo que entrou) e o PSDB (do presidente que
saiu).
Essa primeira etapa da liquidação foi realizada na última segunda-feira e ontem de manhã, somando R$ 1,488 bilhão.
Desse valor, 60% foram efetivamente pagos, enquanto 40% deverão ser negociados pelos agentes diretamente com seus credores em acordos bilaterais.
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