São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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CÂMBIO
Unificação dos mercados poderia fortalecer a região contra ataques especulativos
Ásia debate a criação do seu euro

das agências internacionais

Joseph Yam, principal dirigente do equivalente ao banco central de Hong Kong, defendeu a idéia de uma versão asiática do euro, dizendo que a unidade nos mercados ajudaria a fortalecer a região contra ataques especulativos.
A unificação dos mercados, afirmou, poria a Ásia numa posição mais forte e tornaria cada país menos vulnerável à especulação. Mas acrescentou que ainda está longe o momento de tomar decisões concretas para criar uma moeda única, lembrando que o euro surge depois de 50 anos de discussão.
O início das operações com o euro, no dia 1º, está levando à discussão sobre seu impacto na economia asiática.
O primeiro-ministro do Japão, Keizo Obuchi, já programou uma visita à França, Itália e Alemanha, neste início de janeiro, para avaliar o impacto do euro sobre o Japão.
Até agora, a mais surpreendente manifestação foi, porém, do ministro de Finanças japonês, Kiichi Miyazawa, que defendeu a revisão do sistema financeiro internacional, incluindo a proposta de lançamento de bandas de flutuação entre as principais moedas mundiais (dólar, iene e euro).
A idéia é criar bandas de variação de uma moeda em relação à outra. O euro, por exemplo, só poderia variar entre determinadas cotações do dólar ou do iene.
Paralelamente às manifestações dos governos, empresas e bancos instalados na Ásia também procuram avaliar o efeito do euro.
Tommy Koh, diretor da Asia-Europe Foundation, disse que a criação do euro deveria ser bem recebida pelos países asiáticos porque a moeda vai ultrapassar o iene em importância e rivalizar com o dólar. Como os países asiáticos dependem da economia dos EUA, seria o momento de passarem a valorizar os negócios com a Europa.
Para as companhias japonesas instaladas na Europa ou com negócios com países europeus, o euro significa grandes mudanças. A maioria dos empresários se mostra cautelosa já que se espera maior competição na região.
Tatsuo Takahashi, presidente da Toyota Motor na Europa, disse que acha a introdução do euro como um desafio positivo para sua companhia, mas que os efeitos a longo prazo ainda não estão claros.



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