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Portos brasileiros são
caros e superlotados
DA REPORTAGEM LOCAL
Os portos brasileiros têm gente
demais e são caros demais. E os
altos custos das operações estão
congestionando as docas.
De acordo com o Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento
de Transportes), no porto de Santos há 11.112 trabalhadores avulsos (trabalham de acordo com a
demanda, ou seja, a chegada dos
navios) para auxiliar na movimentação de 48 milhões de toneladas/ano. É muita gente.
No porto de Barcelona, que tem
a mesma movimentação de contêineres que Santos, há menos de
500 estivadores.
No Rio de Janeiro, a situação é
semelhante. A movimentação de
carga é correspondente a um sexto da verificada no porto paulista,
mas ele comporta quase a metade
(4.197) do total de trabalhadores
existentes em Santos.
Para complicar ainda mais a situação, esses empregados cobram
mais para trabalhar nos finais de
semana. Isso tem feito com que os
donos dos navios desembarquem
produtos apenas durante a semana, o que congestiona os portos,
informa o Geipot.
"O encarecimento da mão-de-obra, em cerca de 213%, inviabiliza a operação nesses dias. A consequência é a concentração de navios nos demais dias, prejudicando a qualidade dos serviços", informa o último relatório da instituição, de setembro de 2001.
Quem paga é o dono da carga,
que tem duas opções: ou desiste
de desembarcar no país ou tem de
enfrentar a fila durante a semana.
Se ele mudar sua rota, e passar a
operar em portos vizinhos, como
Buenos Aires, perde-se receita. E a
maioria dos portos brasileiros já
opera com déficits. O maior do
país, o de Santos, tem um passivo
hoje de R$ 357 milhões.
(AM)
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