São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2002

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Portos brasileiros são caros e superlotados

DA REPORTAGEM LOCAL

Os portos brasileiros têm gente demais e são caros demais. E os altos custos das operações estão congestionando as docas.
De acordo com o Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes), no porto de Santos há 11.112 trabalhadores avulsos (trabalham de acordo com a demanda, ou seja, a chegada dos navios) para auxiliar na movimentação de 48 milhões de toneladas/ano. É muita gente.
No porto de Barcelona, que tem a mesma movimentação de contêineres que Santos, há menos de 500 estivadores.
No Rio de Janeiro, a situação é semelhante. A movimentação de carga é correspondente a um sexto da verificada no porto paulista, mas ele comporta quase a metade (4.197) do total de trabalhadores existentes em Santos.
Para complicar ainda mais a situação, esses empregados cobram mais para trabalhar nos finais de semana. Isso tem feito com que os donos dos navios desembarquem produtos apenas durante a semana, o que congestiona os portos, informa o Geipot.
"O encarecimento da mão-de-obra, em cerca de 213%, inviabiliza a operação nesses dias. A consequência é a concentração de navios nos demais dias, prejudicando a qualidade dos serviços", informa o último relatório da instituição, de setembro de 2001.
Quem paga é o dono da carga, que tem duas opções: ou desiste de desembarcar no país ou tem de enfrentar a fila durante a semana. Se ele mudar sua rota, e passar a operar em portos vizinhos, como Buenos Aires, perde-se receita. E a maioria dos portos brasileiros já opera com déficits. O maior do país, o de Santos, tem um passivo hoje de R$ 357 milhões.
(AM)


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