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REVIRAVOLTA
Moeda norte-americana tem 7ª alta consecutiva e fecha a R$ 2,942
BC não age, mas dólar tem nova alta
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar comercial acumulou
ontem a sétima alta consecutiva.
Subiu 0,34%, cotado ao final dos
negócios a R$ 2,942. Em sete jornadas, registra alta de 3,56%.
Ao contrário do que ocorria
desde que passou a intervir de forma regular no mercado de câmbio (com o argumento de aumentar o nível de reservas), o Banco
Central não realizou leilões de
compra de dólares.
Na sexta ocorrera o mesmo,
mas o BC já havia estipulado que,
nos dias de fechamento da Ptax (a
taxa média do dólar, que serve para cálculo da remuneração dos títulos indexados ao câmbio), não
interviria. Uma alta forte do dólar
serviria de pretexto para reajustes
de preços, logo, da inflação.
Para o mercado de forma geral,
foi mais uma jornada negativa. O
Ibovespa, índice que acompanha
as 54 ações mais negociadas na
Bolsa de São Paulo, fechou em
baixa de 0,30%, com volume movimentado de R$ 1,175 bilhão.
Ainda reverberam os efeitos do
comunicado divulgado na semana passada do Fed, sinalizando
que não deve tardar muito para
que suba a taxa básica de juros
norte-americana -hoje em 1%.
Um eventual aumento de juros
nos EUA faria com que os investidores trocassem papéis dos emergentes pelos dos americanos, tidos como de risco zero. E a ata do
BC brasileiro, que, na interpretação do mercado, anulou até abril a
chance de corte da Selic -a taxa
básica brasileira, em 16,5%.
Como conseqüência, a Bovespa,
que chegou a subir quase 10% no
mês passado, encerrou o período
com perdas de 1,73%. As baixas
da Bolsa de São Paulo se concentraram justamente na última semana do mês -queda de 6,9%.
Não bastassem a ata do Copom
e a expectativa nos EUA, dois elementos contribuíram ontem para
a quarta queda consecutiva nos
valores do C-Bond, o principal título da dívida externa brasileira
-no período, a queda é de 4,3%.
Primeiro, a decisão do JP Morgan de reduzir a exposição em papéis emergentes em seu portfólio.
O Brasil permaneceu como
"overweight" (acima da média),
mas teve sua participação na carteira reduzida de 26% para 24,5%.
Segundo, o relatório da Standard & Poor's no qual prevê mais
rebaixamentos do que elevações
de classificação de risco dos países
latino-americanos, um aceno de
que o "rating" (nota) do Brasil pode não ser elevado neste ano. Resultado: o risco Brasil chegou a subir 10%, para fechar em alta de
6,49%, a 525 pontos.
"Os títulos de todos os emergentes caíram nos últimos dias.
Os do Brasil caíram mais porque
houve ruídos internos, como a ata
do Copom e a questão da independência do BC", diz Alexandre
Maia, da Gap Asset Management.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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