São Paulo, sexta-feira, 03 de fevereiro de 2006

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MERCADO ABERTO

Abimaq teme nova linha do BNDES

O presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Newton de Mello, teme que a nova linha anunciada pelo BNDES para financiar máquinas importadas prejudique a indústria nacional. "O risco é o BNDES começar a gerar empregos no exterior", diz.
Mello pediu ontem uma audiência a Guido Mantega, presidente do BNDES, para manifestar suas preocupações com relação à nova linha. Ele pretende levar também uma série de sugestões para evitar que os empréstimos do banco sejam concedidos a empresas estrangeiras de máquinas já fabricadas no Brasil.
Apesar de o BNDES ter afirmado que a nova linha só atenderá a pedidos de importação de máquinas sem similar nacional, Mello diz que essa discussão sobre similaridade é muito complexa. "Há muitas formas inidôneas e capciosas para provar que um determinado produto não tem similar nacional", diz.
Mello teme que a linha acabe gerando uma enxurrada de pedidos de importação de máquinas, incluindo as que são produzidas no Brasil. O dólar barato já é um grande incentivo à importação. Segundo Mello, a nova linha seria um empurrão a mais para aumentar os pedidos de compras de máquinas de fora.
No encontro com Mantega, Mello diz que irá levar a ele pelo menos duas sugestões para evitar que os financiamentos à importação sejam concedidos a máquinas já produzidas no Brasil. Uma das propostas é que, antes da aprovação do BNDES, a Abimaq dê um atestado para garantir que a máquina a ser importada não tenha mesmo similar nacional.
Além disso, Mello irá propor que só sejam concedidos empréstimos a máquinas da lista de novos ex-tarifários (sem similar nacional) da Camex.

BONS ARES
O calor intenso de janeiro transformou itens como ventiladores e ares-condicionados em sonho de consumo. A temperatura influi diretamente no lucro de empresas da área, como a chinesa Gree, especializada em aparelhos de ar-condicionado. No mês passado, a companhia detectou aumento de 80% na quantidade de aparelhos vendidos em relação a janeiro de 2005. Para o diretor da empresa no Brasil, Yue Haiping, o mês de fevereiro também deve ser bom. "Nós sempre consultamos a meteorologia, e a nossa previsão é a de que haverá mais crescimento", afirma. A Gree, que foi criada em 1991, está no Brasil há oito anos e, em 2001, abriu uma fábrica em Manaus. Hoje, a companhia asiática, que tem modelos voltados para a economia de energia, comercializa tanto produtos importados como nacionais e tem na região Sul o seu principal mercado.

BENEFICENTE
Em três meses, o HSBC superou suas estimativas anuais para seu cartão de crédito que reverte uma taxa de R$ 10 por mês para a Pastoral da Criança. Desde o início da parceria, ela emitiu 51,3 mil cartões, dos quais 31,2 mil para titulares, que realizam a doação. A meta era chegar a 40 mil em um ano. O valor da doação chega hoje a R$ 329 mil.

ROUPA NOVA
O setor de vestuário deve crescer 5% em 2006. A estimativa é do Sindivest, com base nos "bons resultados" das vendas no final do ano passado e na previsão de um "inverno bem definido" em 2006. O setor deve enfrentar um problema, porém: o preço e a escassez de algodão, utilizado em mais de 60% das roupas confeccionadas no país.

OS PREPARADOS
O Ministério do Trabalho tem acertado parcerias para qualificar profissionais para empresas privadas. Os investimentos são parte do Planseq (Plano de Qualificação Setorial), presente em 51 municípios. Entre os principais projetos está o da unidade da Embraer em Gavião Peixoto, cidade do interior paulista com 4.000 habitantes. Cerca de 900 pessoas serão qualificadas para trabalhar na empresa aérea, em projeto que custa R$ 1,8 milhão (R$ 1,1 milhão vem do FAT).

ABADÁ
Um dos principais palcos do Carnaval de Salvador, o circuito Osmar (Campo Grande) recebeu investimento de R$ 2 milhões para a festa, a partir de uma joint venture de três empresas. Um dos resultados é um novo espaço de quase 6.000 m2 de área construída, a Villa Carnevalle, com capacidade para 5.000 pessoas, área de lazer e camarotes.

ESTRATÉGIA
O Citigroup contratou mais três executivos do Goldman Sachs para seu banco de investimentos. Com isso, o grupo financeiro terá "adquirido" sete dos dez principais executivos de fusões e aquisições do Goldman desde agosto de 2005, quando contratou o ex-presidente da instituição Ricardo Lacerda para assumir o comando do banco. Além dos executivos, o Citigroup também está levando vários dos mandatos do Goldman, como o da venda da Light.

CHÁ DAS CINCO
O presidente Lula e uma missão empresarial brasileira, com integrantes da Fiesp, visitarão o Palácio de Buckingham, em Londres, no dia 9 de março para um café da manhã. Na agenda, a assinatura de um acordo de cooperação entre setores industriais do Brasil e do Reino Unido, segundo o ministro do Comércio do país europeu, Ian Pearson.

EM EXPANSÃO
O mercado de títulos de capitalização encerrou 2005 em alta. As reservas do setor chegavam a R$ 10,5 bilhões no fim do ano, alta de 15% em relação a 2004, segundo a comissão de capitalização da Fenaseg (entidade do segmento). Já o faturamento foi de R$ 6,9 bilhões, com alta de 4,6%. Para 2006, a expectativa é crescer 8% no faturamento e 12% nas reservas, na esteira de mudanças planejadas para desenvolver o setor, como a adoção de nova linguagem, mais clara e objetiva, para os contratos dos produtos.


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