DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os representantes do padrão japonês (ISDB) de TV digital tentaram ontem neutralizar um dos principais argumentos usados pelos europeus (DVB) e norte-americanos (ATSC) na disputa pelo mercado brasileiro: o potencial para exportações da indústria eletroeletrônica brasileira.
O padrão japonês é o que tem menor número de usuários, uma vez que está implantado apenas naquele país. O padrão europeu, principal concorrente, é usado em 57 países. O Brasil deverá escolher um dos três padrões.
"Menos de 10% do preço do conversor [aparelho que será fabricado no Brasil e usado para que aparelhos de TV analógica recebam sinais digitais] é o diferencial pela parte japonesa. O resto é comum a todos os três padrões. Isso não vai fazer muita diferença em termos de preço", disse Noriyuki Shigeta, consultor da Arib (Association of Radio Industries and Businesses).
A Arib reúne 269 empresas de radiodifusão e fornecedores de equipamentos e é responsável pela gestão do padrão ISDB de TV digital. "O mercado [para a indústria brasileira] é o mundo inteiro", disse Shigeta. Ele e o embaixador do Japão no Brasil, Takahiko Horimura, estiveram reunidos com os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Hélio Costa (Comunicações).
Ao final da reunião, o ministro Hélio Costa, que já defendia o padrão japonês, se mostrou muito satisfeito. "Temos praticamente as mesmas posições [entre a proposta japonesa e européia], com uma diferença técnica, eles [japoneses] cumprem rigorosamente aquilo o sistema brasileiro exige: TV de alta definição, mobilidade, portabilidade e interatividade no mesmo canal", afirmou Costa em entrevista.
Em relação à data da tomada de decisão do governo brasileiro, o ministro se mostrou mais reticente sobre o prazo que havia sido estipulado, 10 de fevereiro.
Na terça-feira, os quatro ministros que estão tratando do tema recebem os representantes do padrão norte-americano.


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