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Itamar e Lula criticam mudança no BC
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (PMDB), ironizou a
mudança ocorrida no Banco Central sugerindo que a substituição
de Francisco Lopes por Armínio
Fraga Neto na presidência da instituição foi determinada pelo FMI
(Fundo Monetário Internacional).
Itamar, que tem evitado entrevistas desde o último dia 18, quando aconteceu a reunião dos governadores de oposição em Belo Horizonte, falou rapidamente com
jornalistas ontem para dizer em
tom debochado que estava feliz.
""Estou muito contente. O Brasil
tem um novo ministro da Fazenda
que é o "mister Fischer" e um novo
presidente do Banco Central, que é
o doutor Soros. Então vai ficar
mais fácil Minas negociar. A gente
vai ter de melhorar um pouquinho
o inglês".
Ele deu a mesma resposta quando perguntado sobre a declaração
do presidente Fernando Henrique
Cardoso de que queria ajudar Minas Gerais.
Itamar estava se referindo ao
economista-chefe do FMI, Stanley
Fischer, e ao megainvestidor George Soros, administrador da Soros
Fund, empresa na qual o novo presidente do BC já trabalhou.
O governador mineiro fez a declaração no meio da tarde quando
recebia cinco deputados integrantes da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa.
"Subordinação total"
Já o candidato derrotado à Presidência da República Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) classificou a indicação de Armínio Fraga Neto para a presidência do Banco Central
como a "subordinação total, concreta" do país à "agiotagem internacional".
"O presidente Fernando Henrique Cardoso está comprometendo
nossa soberania", disse Lula.
Para ele, o Senado deve rejeitar a
indicação de Fraga Neto "se tiver
um mínimo de juízo". O petista cobrou coerência do presidente do
Congresso, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que declarou "morte aos especuladores",
há uma semana.
Covarde, incompetente, submisso e impotente foram alguns dos
adjetivos que o petista usou para se
referir a FHC. Segundo Lula, a possibilidade de diálogo entre a oposição e o governo está praticamente
descartada. "O presidente nunca
teve interesse político em discutir
com ninguém", disse.
Por isso, a frente de partidos de
oposição vai passar a expor suas
propostas de política econômica
por meio de uma campanha nacional de mobilização, que deve começar no início de março.
Para Lula, existem dois culpados
pela crise: FHC e Malan, a quem
chamou de "serviçal do capital internacional que não tem compromisso com o Brasil". Fraga Neto foi
chamado de testa-de-ferro do megainvestidor George Soros.
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