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VEÍCULOS
Produção e vendas sobem; impulso firme pode vir com frota nova
Montadoras vendem mais, mas esperam renovação
FÁBIA PRATES
da Reportagem Local
A indústria automotiva brasileira voltou a dar sinais de melhora
em fevereiro, mas o setor ainda
espera o acerto com o governo federal em torno do programa de
renovação da frota para que haja
recuperação firme do mercado
interno.
Em 99, as montadoras tiveram o
desempenho mais fraco do período pós-Real (produção de 1,35
milhão de unidades e vendas de
1,073 milhão).
A indústria depende também
da conclusão do regime automotivo com a Argentina, prometido
para estar concluído no início de
maio, e de acertos bilaterais de
preferências tarifárias com países
como Chile, Venezuela e México
para aumentar as exportações
(US$ 280 milhões em fevereiro).
Com o México, o acordo deve
ser assinado nos próximos dias,
segundo garante o embaixador
José Alfredo Graça Lima, negociador brasileiro.
Em fevereiro, as vendas no atacado (das fábricas para as concessionárias) atingiram 100,4 mil
unidades, sem incluir os importados. O resultado foi 27,6% maior
do que o do mês anterior e 177%
superior ao de fevereiro de 99.
Com os importados, as vendas
atingiram 111 mil unidades, contra 85,5 mil de janeiro.
O resultado significativo de fevereiro deste ano sobre o do ano
passado não pode ser interpretado como um boom de vendas. A
base de comparação fica prejudicada porque fevereiro do ano passado (36,3 mil unidades vendidas) foi o pior mês de 99 e o mais
fraco em vendas desde 1971.
As vendas de janeiro e fevereiro
superam em 61,2% as do mesmo
bimestre do ano passado.
A desvalorização cambial ocorrida em janeiro foi a responsável
pelo desaquecimento do setor em
99, disse José Carlos Pinheiro Neto, presidente da Anfavea.
Ontem, a entidade ainda não tinha os dados sobre as vendas no
varejo, mas Pinheiro Neto estimou que elas fiquem em torno de
100 mil unidades. Em janeiro, foram de 86,1 mil.
As fábricas, que em 99 reajustaram os preços em torno de 25%,
começaram o ano com tabelas
reajustadas em torno de 1,5%. Os
carros populares, mais baratos,
custam em torno de R$ 15 mil
(preço sugerido em tabela).
Produção
A produção no mês passado
cresceu 33% sobre janeiro deste
ano e 53% na comparação com
fevereiro de 99. Somando os dois
primeiros meses do ano, a produção (217,3 mil unidades) supera
em 31% a do mesmo período do
ano passado.
Para Pinheiro Neto, o fato de as
empresas estarem financiando
veículos a taxas de juros de 1,99%
ao mês é que está estimulando a
recuperação. Ressaltou também
que toda a economia está dando
sinais positivos, o que reflete no
desempenho do setor.
A grande aposta da Anfavea é
nas exportações. O resultado de
fevereiro superou em 22% o de janeiro e em 28% o de fevereiro de
99.
"Isso não só se mantém, como
temos razões firmes e concretas
para afirmar que vão aumentar.
As exportações estão muito fortes, já que o carro brasileiro ficou
mais barato (com a desvalorização do real). Estamos abrindo
aqueles mercados (acordos bilaterais)", disse Pinheiro Neto.
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