São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2000


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VEÍCULOS
Produção e vendas sobem; impulso firme pode vir com frota nova
Montadoras vendem mais, mas esperam renovação

FÁBIA PRATES
da Reportagem Local

A indústria automotiva brasileira voltou a dar sinais de melhora em fevereiro, mas o setor ainda espera o acerto com o governo federal em torno do programa de renovação da frota para que haja recuperação firme do mercado interno.
Em 99, as montadoras tiveram o desempenho mais fraco do período pós-Real (produção de 1,35 milhão de unidades e vendas de 1,073 milhão).
A indústria depende também da conclusão do regime automotivo com a Argentina, prometido para estar concluído no início de maio, e de acertos bilaterais de preferências tarifárias com países como Chile, Venezuela e México para aumentar as exportações (US$ 280 milhões em fevereiro).
Com o México, o acordo deve ser assinado nos próximos dias, segundo garante o embaixador José Alfredo Graça Lima, negociador brasileiro.
Em fevereiro, as vendas no atacado (das fábricas para as concessionárias) atingiram 100,4 mil unidades, sem incluir os importados. O resultado foi 27,6% maior do que o do mês anterior e 177% superior ao de fevereiro de 99. Com os importados, as vendas atingiram 111 mil unidades, contra 85,5 mil de janeiro.
O resultado significativo de fevereiro deste ano sobre o do ano passado não pode ser interpretado como um boom de vendas. A base de comparação fica prejudicada porque fevereiro do ano passado (36,3 mil unidades vendidas) foi o pior mês de 99 e o mais fraco em vendas desde 1971.
As vendas de janeiro e fevereiro superam em 61,2% as do mesmo bimestre do ano passado.
A desvalorização cambial ocorrida em janeiro foi a responsável pelo desaquecimento do setor em 99, disse José Carlos Pinheiro Neto, presidente da Anfavea.
Ontem, a entidade ainda não tinha os dados sobre as vendas no varejo, mas Pinheiro Neto estimou que elas fiquem em torno de 100 mil unidades. Em janeiro, foram de 86,1 mil.
As fábricas, que em 99 reajustaram os preços em torno de 25%, começaram o ano com tabelas reajustadas em torno de 1,5%. Os carros populares, mais baratos, custam em torno de R$ 15 mil (preço sugerido em tabela).

Produção
A produção no mês passado cresceu 33% sobre janeiro deste ano e 53% na comparação com fevereiro de 99. Somando os dois primeiros meses do ano, a produção (217,3 mil unidades) supera em 31% a do mesmo período do ano passado.
Para Pinheiro Neto, o fato de as empresas estarem financiando veículos a taxas de juros de 1,99% ao mês é que está estimulando a recuperação. Ressaltou também que toda a economia está dando sinais positivos, o que reflete no desempenho do setor.
A grande aposta da Anfavea é nas exportações. O resultado de fevereiro superou em 22% o de janeiro e em 28% o de fevereiro de 99.
"Isso não só se mantém, como temos razões firmes e concretas para afirmar que vão aumentar. As exportações estão muito fortes, já que o carro brasileiro ficou mais barato (com a desvalorização do real). Estamos abrindo aqueles mercados (acordos bilaterais)", disse Pinheiro Neto.


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