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PRIVATIZAÇÕES
Tesouro tem excedente acionário do BB
Governo revê previsão de receita com privatizações para 2002
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está revendo o total
da receita de privatizações esperada para 2002 e poderá incluir novas ofertas públicas de ações na
previsão acertada com o Fundo
Monetário Internacional (FMI).
Além das ações que sobraram
da Companhia Vale do Rio Doce,
que serão vendidas neste mês, o
Tesouro Nacional ainda tem
ações que excedem o total necessário para o controle em outras
empresas.
Estão nessa situação o Banco do
Brasil e o Banco do Nordeste. O
governo também tem participações minoritárias em empresas
como a Eletropaulo e a Gerasul.
Somente a venda dos excedentes
do BB pode render cerca de R$ 1
bilhão.
Na segunda revisão do acordo
com o Fundo, o governo previu
R$ 11 bilhões de privatizações e R$
10,9 bilhões de "esqueletos". Os
esqueletos são dívidas antigas que
estão sendo gradualmente reconhecidas pelo governo.
Como as receitas de privatização são utilizadas para abatimento da dívida pública, o governo
tem procurado equilibrar as duas
contas.
No total de R$ 11 bilhões, estão
incluídos os R$ 4,3 bilhões da venda da participação na Vale, cinco
bancos estaduais (SC, PI, AM, CE
e MA) e duas empresas de energia
elétrica estaduais.
O total será revisto porque a Copel (Companhia Paranaense de
Distribuição) não será mais vendida. Mas a possibilidade de novas ofertas públicas poderá compensar essa retirada.
Banco do Brasil
No caso do Banco do Brasil, há
uma discussão sobre a necessidade de vender as ações excedentes
para que o banco possa aderir ao
chamado "novo mercado" da Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo).
A adesão melhora a classificação da empresa porque é necessário obedecer regras mais rígidas
que as existentes na legislação para participar desse mercado.
Um dos pré-requisitos é a manutenção de 25% das ações no
mercado. Hoje, se for descontada
a participação acionária da Previ
(fundo de pensão do banco), o BB
tem apenas 8% de suas ações no
mercado.
O Tesouro Nacional tem 73,2%
do capital votante do BB e 90,8%
do capital do Banco do Nordeste.
Para manter o controle, é necessário deter 50% das ações mais uma.
Nos esqueletos, a maior conta é
a do FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais). O
fundo cobre o saldo devedor residual de financiamentos habitacionais antigos. Em 2001, o total
dos débitos do fundo foi estimado
em R$ 65 bilhões.
Entre 2002 e 2003, também deverão ser reconhecidos cerca de
R$ 3 bilhões de dívidas de empresas estatais liquidadas, ex-territórios e desapropriações.
O governo ainda está aguardando a aprovação de um projeto de
lei que transfere para o Tesouro as
participações de acionistas não
identificados. São ações antigas
cujos donos são desconhecidos. O
projeto estabelece a transferência
e dá um prazo para reembolso caso o acionista apareça.
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