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Lula pede ajuda a Bush para falar com FMI
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva telefonou ontem para o
colega americano, George W.
Bush, e pediu que os Estados Unidos lhe ajudem nas negociações
com o FMI (Fundo Monetário Internacional) por mudanças no
cálculo do superávit primário (as
economias feitas para o pagamento da dívida pública).
O Brasil quer que os recursos
aplicados em investimentos pelas
estatais dos países que integram o
Fundo não sejam calculados como gasto, o que afeta as contas
públicas.
Uma das críticas feitas ao governo Lula é que a retração da economia seria provocada pela atual
meta de superávit primário (de
4,25% do PIB), que "engessa" os
investimentos feitos pelo Brasil.
O apoio americano é bastante
importante para o Brasil. Os Estados Unidos são o país com maior
poder de decisão no Fundo, com
17,14% dos votos. O Brasil detém
apenas 1,41% dos votos.
No telefonema, ao pedir o apoio
dos representantes americanos
no FMI, Lula argumentou que é
necessário haver um aumento de
investimentos em infra-estrutura
na América Latina. Bush, no entanto, não se comprometeu com o
brasileiro. Disse apenas que analisaria a proposta e que voltaria a
tratar do assunto no futuro. Não
há data marcada para uma nova
conversa, segundo o porta-voz da
Presidência, André Singer.
Singer disse que o presidente
Lula fez o mesmo apelo ontem ao
presidente do governo espanhol,
José María Aznar, e nos próximos
dias também tentará mobilizar o
presidente Jacques Chirac (França) e os primeiros-ministros Tony
Blair (Reino Unido) e Gerhard
Schröeder (Alemanha).
A necessidade de haver um aumento nos investimentos em infra-estrutura já havia sido discutida no domingo, num churrasco
na Granja do Torto, entre Lula e o
diretor-gerente do FMI, Horst
Köhler.
Na conversa de 15 minutos com
George W. Bush, de acordo com
Singer, Lula também pediu que os
EUA "apóiem as propostas de alteração na sistemática de acordos
preventivos do FMI com os países
da América Latina" e levem em
conta a recuperação econômica
da Argentina.
(RICARDO WESTIN)
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