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AGENDA POSITIVA
Lula pede que BNDES tire da gaveta os projetos de investimento
Governo discute retomada de obras em infra-estrutura
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Depois do pacote de incentivo à
construção civil, o governo voltou
a retomar as discussões para a retomada dos investimentos em infra-estrutura. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva quer acelerar
a idéia de uma agenda positiva
para abafar o caso Waldomiro Diniz e dar uma resposta para a queda de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado.
Nos últimos dois dias, Lula se
reuniu com os presidentes do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, do Banco do
Brasil, Cássio Casseb, da CEF
(Caixa Econômica Federal), Jorge
Mattoso, e da Petrobras, José
Eduardo Dutra, para que eles estudem formas de acelerar os investimentos em infra-estrutura.
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci, também participou das
reuniões.
Na segunda-feira à noite, em
encontro com Lessa, no Palácio
do Planalto, com a presença de
Palocci, Lula pediu ao BNDES para desengavetar os projetos de investimento em infra-estrutura
voltados para o aumento da exportação no país. No ano passado,
Lessa apresentou a Lula um projeto prevendo um total de investimentos R$ 100 bilhões em infra-estrutura para ampliar as capacidade de exportação do país.
O plano do BNDES é bastante
amplo e prevê investimentos em
portos, rodovias e ferrovias, além
da ampliação de armazéns portuários.
Lessa voltará a se reunir hoje
com Lula para discutir o seu plano. Nos próximos dias, Lula deverá marcar uma reunião ministerial para serem apresentados os
planos do governo para ampliar
os investimentos em infra-estrutura.
O plano de Lessa defende o setor público como motor dessa novo ciclo de investimentos em infra-estrutura no país, já que o interesse demonstrado pelo setor
privado tem sido muito pequeno
para ficar a frente desses projetos.
Para a realização do plano de
Lessa, no entanto, será fundamental que Lula obtenha êxito em
sua tentativa de convencer o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
em excluir os investimentos em
infra-estrutura no cálculo do superávit primário (receita menos
despesa, exceto juros).
Atualmente, no cálculo do superávit primário, os investimentos em infra-estrutura são contabilizados como despesa. Dessa
forma, para cumprir a meta de
4,25% do PIB de superávit primário acertada com o FMI, o governo não pode aumentar os gastos
em infra-estrutura. No domingo
passado, num churrasco na Granja do Torto, Lula fez o pedido de
mudança no cálculo do superávit
primário ao próprio diretor-gerente do Fundo, Horst Köhler.
Capitalização do BNDES
Na reunião com Lula, Lessa
também voltou a defender a capitalização do BNDES. Para poder
voltar a conceder financiamentos
para o setor público, o BNDES
precisa aumentar a parcela de capital próprio em relação ao patrimônio. Hoje, o banco possui cerca de R$ 12 bilhões de capital próprio para um patrimônio da ordem de R$ 150 bilhões. Lessa defende um total de R$ 50 bilhões
em capital próprio para pode voltar a financiar o setor público.
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