São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Anúncio de que CVM investigará vazamento de informações levam ações da cervejaria a queda de 6,5%

AmBev e Embratel fazem Bolsa recuar

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados de câmbio e acionário passaram por momentos distintos ontem. O primeiro quando o senador Almeida Lima (PDT-SE) anunciou que apresentaria provas contra o ministro José Dirceu (Casa Civil). Depois, quando os investidores avaliaram que o discurso de Lima no Senado não acrescentou elementos novos à crise política desencadeada pelo ex-assessor Waldomiro Diniz.
Pela manhã, enquanto se esperava pelo discurso, a Bovespa recuou 2,46% -devolvendo parte dos ganhos de 3,42% de anteontem. Ao término da sessão no Congresso, o mercado minimizou a perda: a Bolsa fechou em queda de 0,25%, aos 22.442 pontos e volume de R$ 1,109 bilhão.
Efeito semelhante ocorreu com o dólar e com o risco-país do Brasil. A moeda americana avançava 0,8% pouco antes do meio-dia, com os investidores especulando sobre o teor da acusações do senador. Passado o discurso, refez o caminho. Resultado: o dólar encerrou o dia cotado a R$ 2,892, recuo de 0,06%, o sexto consecutivo. A cotação de R$ 2,892 é a mais baixa desde 12 de fevereiro, véspera do aparecimento das denúncias contra Waldomiro Diniz.
Ontem, o BC anunciou que não renovará dívida cambial de US$ 850 milhões que vence no dia 10.
No mês passado, a moeda americana acumulou uma queda de 0,83% -em dois dias de março, a queda chega a 0,5%. Segundo Clive Botelho, diretor do banco Santos, a despeito do recuo nas captações em fevereiro, o fluxo de dólares tem sido garantido pelo expressivo superávit da balança.
O risco-país registrou pico de 581 pontos (à espera do discurso do senador), mas fechou em 559 pontos -mesmo assim, não imune a uma alta de 1,26%.
As ações da AmBev, que entre sexta e anteontem subiram 9,8%, tiveram ontem a maior queda entre os papéis do Ibovespa: 6,5%. Segundo analistas, os papéis da AmBev foram afetados pelo decisão da CVM de investigar se houve informação privilegiada na fusão com a belga Interbrew.
Os papéis ON da Embratel registram a segunda maior baixa, 3,4%, depois das declarações do ministro Eunício Oliveira (Comunicações) de que a americana MCI não venderá mais a empresa.
As atenções hoje se voltarão para a divulgação do IPC da Fipe, que pode sinalizar alguma possibilidade de corte de juros em março. (JOSÉ ALAN DIAS)


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