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MERCADO FINANCEIRO
Anúncio de que CVM investigará vazamento de informações levam ações da cervejaria a queda de 6,5%
AmBev e Embratel fazem Bolsa recuar
DA REPORTAGEM LOCAL
Os mercados de câmbio e acionário passaram por momentos
distintos ontem. O primeiro
quando o senador Almeida Lima
(PDT-SE) anunciou que apresentaria provas contra o ministro José Dirceu (Casa Civil). Depois,
quando os investidores avaliaram
que o discurso de Lima no Senado
não acrescentou elementos novos
à crise política desencadeada pelo
ex-assessor Waldomiro Diniz.
Pela manhã, enquanto se esperava pelo discurso, a Bovespa recuou 2,46% -devolvendo parte
dos ganhos de 3,42% de anteontem. Ao término da sessão no
Congresso, o mercado minimizou a perda: a Bolsa fechou em
queda de 0,25%, aos 22.442 pontos e volume de R$ 1,109 bilhão.
Efeito semelhante ocorreu com
o dólar e com o risco-país do Brasil. A moeda americana avançava
0,8% pouco antes do meio-dia,
com os investidores especulando
sobre o teor da acusações do senador. Passado o discurso, refez o
caminho. Resultado: o dólar encerrou o dia cotado a R$ 2,892, recuo de 0,06%, o sexto consecutivo. A cotação de R$ 2,892 é a mais
baixa desde 12 de fevereiro, véspera do aparecimento das denúncias contra Waldomiro Diniz.
Ontem, o BC anunciou que não
renovará dívida cambial de US$
850 milhões que vence no dia 10.
No mês passado, a moeda americana acumulou uma queda de
0,83% -em dois dias de março, a
queda chega a 0,5%. Segundo Clive Botelho, diretor do banco Santos, a despeito do recuo nas captações em fevereiro, o fluxo de dólares tem sido garantido pelo expressivo superávit da balança.
O risco-país registrou pico de
581 pontos (à espera do discurso
do senador), mas fechou em 559
pontos -mesmo assim, não
imune a uma alta de 1,26%.
As ações da AmBev, que entre
sexta e anteontem subiram 9,8%,
tiveram ontem a maior queda entre os papéis do Ibovespa: 6,5%.
Segundo analistas, os papéis da
AmBev foram afetados pelo decisão da CVM de investigar se houve informação privilegiada na fusão com a belga Interbrew.
Os papéis ON da Embratel registram a segunda maior baixa,
3,4%, depois das declarações do
ministro Eunício Oliveira (Comunicações) de que a americana
MCI não venderá mais a empresa.
As atenções hoje se voltarão para a divulgação do IPC da Fipe,
que pode sinalizar alguma possibilidade de corte de juros em
março.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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