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PECUÁRIA
Fim do bloqueio abrange os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás
Rússia alivia embargo a carnes brasileiras
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
O governo da Rússia decidiu
ontem suspender parcialmente o
embargo à carne brasileira (bovina e suína), que estava em vigor
desde setembro do ano passado
devido ao registro de um caso de
febre aftosa no Amazonas.
O fim do bloqueio vale apenas
para seis Estados (São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e
Goiás), que estão distantes da região afetada pela doença. Hoje,
nova reunião tentará ampliar o
acordo para mais dois Estados
-Mato Grosso e Tocantins.
Em Rio Verde (GO), o ministro
Roberto Rodrigues (Agricultura)
comemorou o fim do embargo,
mas disse que falta ainda eliminar
o veto à carne proveniente desses
dois Estados. "A notícia é formidável porque afetava duramente
as exportações de carnes de frango, suína e bovina, e essas questões foram eliminadas."
Por serem Estados vizinhos ao
Amazonas e ao Pará, onde foram
registrados os últimos focos de febre aftosa no país, a Rússia ainda
mantém a restrição em Mato
Grosso e no Tocantins.
O fim do bloqueio para os seis
Estados entra em vigor a partir da
próxima sexta-feira, segundo o
diretor-executivo da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias
Exportadoras de Carne), Antonio
Jorge Camardelli, que integra a
missão brasileira na Rússia.
Em 2004, a Rússia foi o maior
mercado consumidor de carnes
do Brasil, importando US$ 867
milhões, o equivalente a 14% de
toda a carne exportada pelo país.
Início em junho
O primeiro embargo russo foi
decretado em junho de 2004, após
a notícia de um foco de aftosa no
município de Monte Alegre (PA).
Mas esse bloqueio foi retirado
uma semana depois. Em setembro, houve o segundo embargo,
depois da descoberta de um novo
foco em Careiro da Várzea (AM).
Na época, o governo estimou
que, com o veto, o Brasil teria perda diária de US$ 4 milhões, sendo
US$ 1 milhão em carnes bovinas,
US$ 1 milhão em carnes de aves e
US$ 2 milhões em carne suína.
Desde o primeiro embargo, os
representantes dos pecuaristas e o
governo federal iniciaram uma
série de negociações comerciais
para suspender o veto, propondo
até facilidades de acesso de produtos russos, como o trigo, no
mercado brasileiro.
Oficialmente, a justificativa para
o fim do embargo é que os Estados atingidos pela restrição conseguiram provar que seus rebanhos estão vacinados e livres da
febre aftosa. Rodrigues não revelou se houve concessões comerciais à Rússia em troca do fim do
bloqueio. "Falta confirmar alguns
pequenos detalhes, mas o importante é que é uma conquista relevante neste momento."
No mês passado, a Rússia já havia retirado o embargo à compra
de carne de frango. Mas a liberação não vale para frangos produzidos nos Estados do Amazonas e
do Pará. Em novembro, a Rússia
também havia liberado as importações de carnes de Santa Catarina por ser este o único Estado brasileiro livre de aftosa sem a exigência de vacinação.
Após o anúncio do acordo, as
ações dos principais frigoríficos
dispararam na Bovespa devido à
expectativa de maior faturamento
do setor. O papel da Avipal subiu
4,26%, enquanto o da Perdigão
teve valorização de 3,29% e o da
Sadia, de 1,83%.
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