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CRÉDITO
Funcionários da Volkswagen e da Ford de São Paulo, Paraná e Bahia terão isenção de taxas nas contas-salário
Metalúrgicos ampliam tarifa zero de banco
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos do ABC (CUT)
conseguiram ampliar a isenção
do pagamento de tarifas bancárias para funcionários da Volkswagen e da Ford para o interior de
São Paulo e mais dois Estados
-Paraná e Bahia-, além de estender o benefício para trabalhadores terceirizados.
Nos cálculos do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, que negocia desde agosto com empresas e
bancos o fim das tarifas cobradas
nas contas-salário, 58.843 trabalhadores já têm direito à chamada
"tarifa zero". Do total, 36.793 são
metalúrgicos do ABC paulista.
"O peso da tarifa bancária no
contracheque do trabalhador é de
1% ao mês, em média. Isso significa uma economia de R$ 19 milhões por ano, considerado esse
universo de 58 mil trabalhadores", diz o presidente do sindicato, José Lopez Feijóo, a partir de
cálculos feitos pelo Dieese.
A campanha pela tarifa zero é a
mais nova bandeira da CUT, após
a conquista do empréstimo com
desconto em folha de pagamento,
que permitiu a concessão de crédito a trabalhadores e aposentados com taxas de juros menores.
A CUT já recomenda aos sindicatos filiados que cobrem a medida de bancos e empresas em que
trabalham os funcionários representados por essas entidades.
Na Volkswagen, a proposta de
acordo negociada com o Unibanco, banco que paga os salários dos
empregados da montadora, deve
ser avaliada hoje pelos trabalhadores do ABC. Terão direito à tarifa zero em suas contas-salário,
segundo a Folha apurou, 12.600
funcionários da fábrica de São
Bernardo do Campo, 4.500 da
unidade de Taubaté e 3.500 empregados de Curitiba (PR).
Outros 4.000 funcionários de
empresas terceirizadas que trabalham dentro da montadora -como a Gedas Informática, a GR
Alimentação e a Pérola Asseio e
Conservação- também serão
beneficiados. De acordo com o
Dieese, juntos, os 24.600 empregados diretos e indiretos da
Volkswagen vão economizar por
ano R$ 7,95 milhões -esse dinheiro teriam de pagar ao banco
caso fossem cobradas as tarifas.
O sindicato informa que a isenção envolve uma lista de mais de
20 tarifas. Uma das mais altas é a
taxa de abertura de crédito para
cheque especial -R$ 20,90. Os
trabalhadores não terão de pagar
tarifas, por exemplo, para fazer
saques em caixas da rede integrada do banco e nos terminais da fábrica, podem tirar extratos sem limite pela internet e nos caixas,
além de ter direito a 40 folhas de
cheques por mês.
Procurado pela Folha, o Unibanco informou que não se pronuncia sobre o acordo por considerá-lo uma negociação comercial envolvendo clientes.
A assessoria do banco informou
que desde dezembro a instituição
lançou o programa "Tarifa Zero",
com descontos de até 100% nas
tarifas dos correntistas -desde
que os clientes adquiram serviços,
como empréstimos, seguros, aplicações financeiras e capitalização.
Na Ford, onde os trabalhadores
fecharam anteontem acordo de
tarifa zero com o Bradesco e o
Unibanco, os metalúrgicos do
ABC querem negociar a extensão
do benefício para os terceirizados.
Além dos 4.000 empregados diretos de São Bernardo, terão direito
à isenção de tarifas os 8.500 trabalhadores do complexo de Camaçari (BA), 250 da unidade de Tatuí
e 1.300 metalúrgicos de Taubaté.
"É um movimento importante
porque gera recursos para a economia. Esse dinheiro deixa de ir
para os cofres dos bancos e ficar
concentrado com os banqueiros",
diz Feijóo. "A idéia é estender a tarifa zero a todos os trabalhadores
do país, por meio do projeto de lei
apresentado pelo deputado Vicente Paulo Pereira (PT-SP)".
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