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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Distribuição de aço cai no primeiro trimestre
Apesar de ter fechado 2008
com com alta de 12,2% nas vendas, o setor da distribuição do
aço amarga resultados negativos desde os últimos meses do
ano passado. O recuo chegou a
34,4% em dezembro e ainda
deve avançar neste ano.
Em 2008, foram negociados
3,716 milhões de toneladas,
contra 3,312 milhões no ano
anterior. Para este ano, a expectativa é a de um resultado
entre 3 milhões e 3,3 milhões
de toneladas, segundo Christiano da Cunha Freire, presidente
do Inda (Instituto Nacional dos
Distribuidores do Aço) e do
Sindisider (Sindicato Nacional
das Empresas Distribuidoras
de Produtos Siderúrgicos).
O primeiro trimestre deste
ano deve seguir com baixa demanda. A expectativa é a de
uma queda de 30% ante o primeiro trimestre de 2008.
O mês de fevereiro deste ano
deve fechar com cerca de 190
mil toneladas, segundo Freire.
Fevereiro de 2008 teve 306 mil
toneladas.
"E a perspectiva é que o próximo trimestre mantenha esse
ritmo baixo. Os Estados Unidos
continuam incertos, e a restrição ao crédito permanece. No
Brasil, eu não consigo ver o governo fazendo pacotes agressivos de estímulo", afirma.
As vendas das bobinas a frio e
a quente foram as responsáveis
pelas maiores retrações do
mercado, que caíram, respectivamente 47,1% e 39,7% em dezembro. A chapa zincada apresentou queda de 28,6% no mesmo mês.
O mercado de chapa grossa,
usada na indústria de base e infraestrutura, está em desaceleração -queda de 0,4%.
O resultado positivo no fechamento do ano foi sustentado pelo setor de máquinas e
equipamentos. As empresas do
setor comercializaram 735.864
toneladas em 2008, o que representa aumento de 23,2% sobre o total registrado em 2007.
O setor automobilístico, que fechou 2008 com crescimento de
21,5% (269.931 toneladas),
apresentou quedas e recuperações. Construção civil cresceu
13,6% (313.941 toneladas).
Empresário decasségui contrata no Brasil para reduzir custos
Desde 1990 no Japão, o decasségui Renato Tanabe começou servindo café. Hoje é um
dos poucos empreendedores
brasileiros que fundaram uma
multinacional no Japão, a empresa de telefonia Brastel. Tanabe está no Brasil nesta semana e conta como sua empresa
reage à crise e diz que a dificuldade de estrangeiros conseguirem crédito no Japão hoje é a
mesma que encontrou há 20
anos. Cerca de 60 mil brasileiros perderam emprego nos últimos meses no Japão.
FOLHA - Como começou?
RENATO TANABE - Em 1990, comecei servindo café e tirando
cópia. Aí fui vender produtos
para brasileiros e consegui uma
representação de telefonia para
fazer "callback", sistema com
tarifa mais barata para brasileiros. Em 1996, fundamos a Brastel, para oferecer telefonia a
brasileiros. Depois ampliamos
e hoje ligamos de outros países.
FOLHA - Tomou crédito? Está mais
difícil ter crédito na crise?
TANABE - Não. Tivemos um investidor. Os bancos ofereceram
crédito só depois que já tínhamos bom faturamento. A dificuldade não é só do brasileiro, é
do estrangeiro.
FOLHA - Vão contratar algum brasileiro para ajudar decasséguis?
TANABE - Cerca de 30% dos
funcionários já são brasileiros.
Ainda não contratamos decasséguis desempregados na crise
porque o funcionário precisa
ter o conhecimento técnico.
FOLHA - Vão demitir?
TANABE - Ainda não. Estamos
cortando custos. Já abrimos
novas bases de atendimento
em locais mais baratos, como
Brasil (Londrina), Filipinas,
Tailândia e Sri Lanka. O custo
no Japão é mais alto.
CINCO VEZES
Marco Antonio Bologna
assumiu ontem a presidência da TAM Aviação Executiva com a meta de elevar o
faturamento de R$ 200 milhões, em 2008, para R$ 1 bilhão, em cinco anos. Para isso serão estudadas aquisições, parcerias, novos negócios e consolidações. O projeto pode incluir até sócios
financeiros. Bologna foi presidente da TAM Linhas Aéreas até 2007.
PALESTRA
Durval de Noronha Goyos
Jr., do Noronha Advogados e
árbitro da OMC, dará a palestra "Brasil: O Gigante Emergente" a membros do World
Affairs Council of Connecticut, na quarta, nos EUA.
PURO ZINCO
A ArcelorMittal Brasil vai
produzir uma nova liga metálica para revestir bobinas
galvanizadas, com aplicação
na construção civil, em
2010. Trata-se do Aluzinc,
que terá zinco puro em sua
composição, além de alumínio e silício, para proteger o
aço de agentes corrosivos e
ampliar sua durabilidade. A
produção será na fábrica de
São Francisco do Sul (SC),
que terá 40% de sua capacidade instalada ampliada no
próximo ano.
GUARDANAPO
O grupo Matte, do Chile,
está negociando a compra da
brasileira Melhoramentos,
informa o "El Mercurio". Segundo o jornal, o negócio será feito por meio da Empresas CMPC, controlada pelo
grupo. O objetivo do Matte é
entrar no segmento de papéis descartáveis (guardanapo e tolhas higiênicas) do
Brasil, diz o "El Mercurio".
VERDE
Roger Agnelli, Luiz Gonzaga Belluzzo e outros participam, em 6 e 7 de maio, do
Fórum de Comunicação e
Sustentabilidade, evento
que vai reunir empresários e
estudantes em São Paulo.
AJUSTE:
CRÉDITO DE CARBONO TEM ALTA APÓS QUEDA BRUSCA
Os preços do mercado de
crédito de carbono tiveram
uma elevação nas últimas
duas semanas e fecharam o
dia a 9,17, segundo relatório do grupo Santander Brasil.
Em fevereiro, os créditos
atingirem o patamar de 7.
"Parece que o mercado exagerou na baixa e houve um pequeno ajuste", afirma Maurik
Jehee, superintendente de
créditos de carbono do Santander. Para ele, no entanto, a
alta recente não deve puxar os
preços de volta aos níveis de
2008 -de cerca de 19, em
setembro. O motivo é que a
crise faz com que empresas
percam interesse nos créditos, já que a perspectiva é queda no consumo de energia. Segundo Jehee, os preços baixos
prejudicam empresas brasileiras, vendedoras de crédito.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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