São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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Planalto muda foco para criação de grupo forte

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nos últimos anos, o governo concentrou seus esforços na área de biocombustíveis no controle dos preços do produto no mercado interno e também nas negociações de comércio internacional para derrubar barreiras, criar mercado consumidor global e firmar o etanol brasileiro como uma commodity mundial.
Mas se esqueceu de criar um grande grupo nacional forte para atuar no segmento e ser referência internacional, em contraste com o que fez em setores como telecomunicações, alimentos, carnes, papel e celulose, petroquímica e energia.
Para especialistas do segmento sucroalcooleiro, a criação de uma grande empresa nacional para atuar na cadeia da cana-de-açúcar é essencial para desenvolver o potencial do álcool e para torná-lo uma commodity mundial, como deseja o governo.
Mas até então o principal esforço do Planalto nesse sentido era na tentativa de formação de estoques reguladores para evitar a alta volatilidade do preço do álcool combustível.
Nos últimos meses houve redução da oferta do produto devido às chuvas que prejudicaram a colheita e a qualidade da cana no final de 2009, provocando uma oscilação acentuada de preços.
Por conta disso, o governo anunciou recentemente que deverá formar, neste ano, um grande estoque regulador.
Para financiar a formação desse estoque, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai destinar R$ 2,5 bilhões.
Em 2009, os recursos para estocagem já haviam sido ofertados pelo BNDES, mas não houve sobra de etanol.
Na época, o montante era suficiente para financiar o armazenamento de 5 bilhões de litros de combustível, o equivalente a mais de três meses de consumo.
A partir de abril ou maio, quando estiver no período de safra, o mercado deve se regularizar, sobrando etanol, mesmo que a demanda de açúcar continue forte e que haja a possibilidade de estocagem.
E as mesmas chuvas que no final do ano passado prejudicaram as lavouras de cana-de-açúcar do país tendem a contribuir para uma produção recorde neste ano. (LC)


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