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Câmara aprova capitalização da Petrobras
Projeto autoriza União a vender à estatal o direito de explorar até 5 bilhões de barris de petróleo e gás em áreas do pré-sal
Deputados analisam hoje as emendas que podem alterar o texto principal; concluída a votação, o projeto segue para a apreciação do Senado
NOELI MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
aprovou ontem o texto básico
que aumenta o capital do Tesouro na Petrobras. Pelo projeto, a União foi autorizada a vender à estatal, sem licitação, o direito de explorar até 5 bilhões
de barris de petróleo e gás natural em áreas ainda não concedidas da camada do pré-sal.
O substitutivo do relator da
proposta, deputado João Maia
(PR-RN), foi aprovado em voto
simbólico. Apenas DEM e
PSDB foram contra o projeto.
Os deputados analisam hoje
as emendas que podem alterar
o texto principal. Concluída a
votação, o projeto segue para o
Senado, onde o governo estuda
pedir regime de urgência.
A proposta precisa ser aprovada até abril para que a Petrobras possa captar recursos nos
mercados internacionais até
junho, pouco antes das férias de
verão no hemisfério Norte.
Se houver imprevisto no
Congresso, a capitalização só
poderá acontecer em setembro, às vésperas das eleições
presidenciais, período sujeito a
turbulências nos mercados.
A operação pode chegar a
US$ 50 bilhões e se tornar a
maior captação do mundo por
meio da venda de ações. O volume que será levantado tem por
base o preço de US$ 5 o barril,
valor a ser confirmado por consultores independentes. Por
esse cálculo, o aporte do governo será de US$ 25 bilhões.
Ontem, o relator apresentou
parecer favorável à aprovação
de 2 dos 15 destaques propostos
pelo plenário. Um trata da
transparência. A empresa será
obrigada a informar anualmente os acionistas sobre a negociação e a valorização das ações.
O outro atende à demanda de
empresas de pequeno e médio
porte que buscam participar da
exploração de petróleo em
campos maduros. Segundo essa
proposta, a Petrobras poderá
efetuar parte do pagamento devido à União pela cessão da exploração do pré-sal por meio da
devolução de campos terrestres em desenvolvimento ou
em produção de petróleo.
Na semana que vem, a Câmara vota o mais polêmico dos
projetos, o que institui o regime
de partilha e distribuição dos
royalties oriundos da exploração do petróleo.
ANP acha petróleo
A ANP (Agência Nacional do
Petróleo) descobriu petróleo
no pré-sal da bacia de Santos,
numa área da União não licitada ainda e cujas reservas serão
usadas na capitalização da Petrobras. Segundo a agência, foram achados só "indícios" de
petróleo durante a perfuração
de um poço e ainda não é possível dimensionar o tamanho do
reservatório nem o volume de
óleo que pode ser extraído.
Colaborou a Sucursal do Rio
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