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Casa Civil nega ter maquiado atrasos em obras do PAC
Nota afirma que reportagem da Folha "manipulou dados"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Casa Civil da Presidência
da República divulgou nota negando ter maquiado os balanços oficiais do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento)
como forma de esconder atraso
em três de cada quatro das
principais obras do programa.
Conforme reportagem de ontem da Folha, a maioria dessas
obras mantém, nos documentos oficiais, o carimbo de "adequado", apesar do atraso. Isso
se deve ao fato de o governo ter
estendido prazos de entrega.
"Se existe "maquiagem" ou
tentativa de "esconder" informações em relação ao PAC, ela
está na reportagem do jornal.
(...) Todas as alterações de cronogramas das ações do PAC estão registradas nos balanços,
[que] sempre fizeram referência às ações desenvolvidas dentro do programa", diz a nota,
intitulada "Folha de S.Paulo
maquia dados sobre o PAC".
A partir do segundo balanço
oficial do PAC -foram nove até
hoje-, as obras que sofreram
alteração de cronograma têm
listado o novo prazo sem que,
na quase totalidade dos casos,
faça-se menção ao anterior.
A Casa Civil diz ainda que a
reportagem manipulou dados
"ao selecionar uma amostra
parcial de 75 ações do primeiro
balanço (de um total de 1.646)".
A reportagem deixa claro
que se trata das "ações destacadas [pelo próprio governo] no
primeiro balanço", além de fazer a checagem em relação às
134 obras citadas pelo governo
no primeiro ano do programa
-o índice de atraso, nesse caso,
é um pouco maior: 77%.
"Das 2.471 ações monitoradas, metade foi concluída, 44%
estão com ritmo adequado de
execução, 5% em atenção e 1%
em situação preocupante. Se
metade foi concluída, como poderia haver 75% atrasadas?",
questiona a Casa Civil.
O atraso em 75% das principais obras inclui as que já estão
concluídas, mas não foram finalizadas no prazo prometido
inicialmente pelo governo.
Em relação ao desmembramento de algumas ações, a nota
reproduz explicação publicada
ontem: que isso se deve "a sua
complexidade e visa aprimorar
seu monitoramento".
Deputados e senadores da
oposição, que qualificaram o
PAC de "ilusionista", criticaram o governo e Dilma Rousseff pelo atraso. Parlamentares
do DEM e do PSDB disseram
que o programa está sendo usado para "turbinar" a campanha
da ministra da Casa Civil.
Dilma
Ao discursar ontem em Sorocaba durante inauguração do
complexo industrial da Case
New Holland, do Grupo Fiat,
Dilma afirmou que o PAC "esse
ano se acelera mais". A imprensa não teve acesso ao local onde
estavam a ministra e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma, pré-candidata do PT à
Presidência e apontada pelo
governo como a grande gestora
do programa, não fez menção à
reportagem da Folha.
Colaborou MALU DELGADO ,
enviada a Sorocaba
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