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Importação bate recorde e reduz saldo comercial
No primeiro trimestre, compras externas aumentam 27,3%; as exportações, 17,3%
Saldo da balança comercial entre janeiro e março soma R$ 8,6 bi; governo considera
movimento positivo, pois dólar tende à valorização
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As importações bateram recorde no primeiro trimestre e
já começam a reduzir o saldo
comercial, que caiu US$ 551
milhões nos três primeiros meses em relação a 2006.
O governo já espera que em
2007 o saldo seja inferior ao do
ano passado, mas ainda não
possui estimativas. Será a primeira vez que isso vai acontecer desde 2001, quando as exportações passaram a crescer.
De janeiro a março as exportações somaram US$ 39,9 bilhões, 17,3% a mais do que no
mesmo período do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 25,2 bilhões, o que significa um crescimento de
27,3%. Essa diferença entre o
crescimento das compras e das
vendas internacionais fez o saldo ficar em US$ 8,6 bilhões, resultado abaixo dos US$ 9,2 bilhões, do primeiro trimestre do
ano passado.
A primeira vez que o saldo
comercial ficou menor do o do
ano anterior foi em janeiro deste ano. O governo e o mercado
se surpreenderam com a demora para que a desvalorização do
dólar afetasse o saldo.
Desde 2004 o dólar vem perdendo valor continuamente, alcançando níveis que provocaram reclamações de vários setores, que viram seus ganhos
encolherem. Em março, as exportações somaram US$ 12,8
bilhões e as importações, US$
9,5 bilhões. Variação de 18,2% e
28,9%, respectivamente. O saldo foi de US$ 3,3 bilhões, abaixo do de março de 2006, de US$
3,6 bilhões.
"O governo não está preocupado com esse aumento. O Brasil ainda tem um índice de penetração de importações muito
pequeno", disse o secretário de
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.
Para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o índice de penetração de produtos importados na economia brasileira é de
5,5%, enquanto a média mundial é de 15%.
Não foi só no primeiro trimestre que o saldo encolheu.
No acumulado dos 12 meses foi
a primeira vez que ele ficou menor do que nos 12 meses anteriores, desde 2001.
"Por enquanto, a redução do
saldo é boa, porque alivia a
pressão que a entrada do dólar
no país provoca. Quanto maior
a redução do superávit, maior a
tendência de valorização do dólar e isso melhora a situação de
alguns setores exportadores",
disse Meziat.
Os setores que mais sofrem
com a valorização do real são os
mais intensivos em mão-de-obra. Nos últimos anos, têxteis
e confecções, calçados e móveis
são exemplos de indústrias que
têm acumulado perdas nas
vendas externas.
Segundo Meziat, mesmo esses setores já estão se adaptando ao atual nível de câmbio. No
primeiro bimestre, têxteis e
móveis tiveram melhora nas
vendas de 6,4% e 16,9% com relação ao mesmo período de
2006. Mas calçados perdeu 3%.
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