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análise
Brasil pode ter poder real, diz especialista
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Para os analistas políticos,
os comentários sobre Luiz
Inácio Lula da Silva feitos pelo presidente americano, Barack Obama, são um sinal de
que o Brasil está começando
a ter alguma influência real
entre as nações.
"Apareceram indicações,
nos últimos meses, de que
Lula se encontra acima de
qualquer outro líder não só
na América Latina como no
mundo", afirma Albert Fishlow, professor emérito da
Universidade Columbia e da
Universidade Berkeley.
E, na avaliação de especialistas, Obama pode estar certo quando aponta Lula como
o presidente mais popular
atualmente. Enquanto o brasileiro tinha um índice de
aprovação de 76,2% em março, de acordo com a pesquisa
CNT/Sensus, o americano
contava 61% ontem, segundo
a medição diária do Gallup. O
britânico Gordon Brown estava com 23% no fim do mês
passado e o francês Nicolas
Sarkozy tinha 49% em janeiro, segundo os dados mais recentes. O venezuelano Hugo
Chávez estava com 61%, pelo
Datanalisis.
Moderação
"Os brasileiros geralmente
não gostam de ouvir isso,
porque acham que o presidente comete gafes e ficam
com receio de que passe uma
imagem ruim do país, mas
quem observa de fora vê o
Lula como um líder respeitado, simpático, moderado
-em meio a tantos descontrolados entre seus vizinhos- e que está à frente de
uma nação de enorme potencial econômico", diz Thomas
Trebat, diretor-executivo do
Instituto para Estudos Brasileiros da Universidade Columbia, nos EUA. "Entretanto, o ganho de poder é um
longo processo. O país precisa levantar a voz e ser agressivo nas reivindicações."
Fishlow concorda: "No final deste ano, no começo do
próximo, será o momento de
o Brasil avançar nas negociações de Doha e em outras
áreas nas quais tem interesse
legítimo, como o Conselho
de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)." Não é fácil abraçar o
papel de protagonista verdadeiro, ressalva o pesquisador. "É preciso assumir posições claras diante das questões e se comprometer."
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