|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Orçamento de
Obama passa
no Congresso
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Sem um único voto da oposição republicana, o Congresso dos EUA aprovou ontem versão da proposta de
Orçamento de Barack Obama para o ano fiscal de 2010,
que começa em outubro.
É o primeiro formulado
por sua equipe. A aprovação
marca outra vitória legislativa do democrata, ao mesmo
tempo que reforça a divisão
política que ele enfrenta.
A versão da lei da Câmara
dos Representantes (deputados federais) prevê um gasto
de US$ 3,6 trilhões, e a do Senado, de US$ 3,55 trilhões, o
equivalente a mais de três
vezes o aprovado ontem pelo
G20 para combater os efeitos
da crise econômica mundial.
Ambas preveem um déficit
de cerca de US$ 1,2 trilhão,
ou o equivalente ao total de
riquezas produzidas pela
Rússia em um ano. Agora, as
propostas têm de ser unificadas depois de passar por comissões das duas Casas legislativas, o que só deve acontecer depois do recesso de primavera do Congresso, que
termina no dia 20 de abril.
De Londres, onde participa da reunião do G20, Barack
Obama soltou declaração
elogiando a aprovação. "Nesta noite [ontem], a Câmara
dos Representantes deu
mais um passo em direção da
reconstrução de nossa economia", disse o presidente.
"A resolução de Orçamento
abarca nossas prioridades
fundamentais", completou.
A saber: "Um plano energético que eliminará nossa
dependência do petróleo estrangeiro e forjará uma economia baseada em nova
energia limpa; um sistema
educacional que assegurará
que nossas crianças sejam
capazes de competir numa
economia do século 21; e
uma reforma no sistema de
saúde que finalmente confronta os custos desumanos
que destroem igualmente famílias, negócios e governos".
Tripé
O tripé de prioridades
apontado pelo democrata é o
motivo principal pelo qual a
medida foi rejeitada em bloco pela minoria republicana:
a proposta de Orçamento de
Obama dá uma guinada social no rumo dos gastos públicos, bancada principalmente pela alta nos impostos
da fatia mais rica da população e das indústrias poluidoras, como a do petróleo.
Na Câmara, a votação final
foi de 233 votos favoráveis e
196 contrários -entre os
quais 20 democratas. No Senado, em sessão que foi comandada pelo vice-presidente, Joe Biden, o escore foi de 55 a favor e 43 contra.
"O povo norte-americano
quer que nós cheguemos ao
meio-termo onde for possível, mas não nos mandou
aqui para reforçar as diferenças", disse a democrata
Nancy Pelosi, presidente do
Congresso, após a aprovação
na Câmara. "Ele quer mudança real, e nós viemos aqui
para fazer diferença."
Texto Anterior: Mudança contábil deve melhorar balanço dos bancos americanos Próximo Texto: Trabalho: Nos EUA, ajuda a desempregados tem 10º recorde Índice
|