São Paulo, sexta-feira, 03 de abril de 2009

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Orçamento de Obama passa no Congresso

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Sem um único voto da oposição republicana, o Congresso dos EUA aprovou ontem versão da proposta de Orçamento de Barack Obama para o ano fiscal de 2010, que começa em outubro.
É o primeiro formulado por sua equipe. A aprovação marca outra vitória legislativa do democrata, ao mesmo tempo que reforça a divisão política que ele enfrenta.
A versão da lei da Câmara dos Representantes (deputados federais) prevê um gasto de US$ 3,6 trilhões, e a do Senado, de US$ 3,55 trilhões, o equivalente a mais de três vezes o aprovado ontem pelo G20 para combater os efeitos da crise econômica mundial.
Ambas preveem um déficit de cerca de US$ 1,2 trilhão, ou o equivalente ao total de riquezas produzidas pela Rússia em um ano. Agora, as propostas têm de ser unificadas depois de passar por comissões das duas Casas legislativas, o que só deve acontecer depois do recesso de primavera do Congresso, que termina no dia 20 de abril.
De Londres, onde participa da reunião do G20, Barack Obama soltou declaração elogiando a aprovação. "Nesta noite [ontem], a Câmara dos Representantes deu mais um passo em direção da reconstrução de nossa economia", disse o presidente. "A resolução de Orçamento abarca nossas prioridades fundamentais", completou.
A saber: "Um plano energético que eliminará nossa dependência do petróleo estrangeiro e forjará uma economia baseada em nova energia limpa; um sistema educacional que assegurará que nossas crianças sejam capazes de competir numa economia do século 21; e uma reforma no sistema de saúde que finalmente confronta os custos desumanos que destroem igualmente famílias, negócios e governos".

Tripé
O tripé de prioridades apontado pelo democrata é o motivo principal pelo qual a medida foi rejeitada em bloco pela minoria republicana: a proposta de Orçamento de Obama dá uma guinada social no rumo dos gastos públicos, bancada principalmente pela alta nos impostos da fatia mais rica da população e das indústrias poluidoras, como a do petróleo.
Na Câmara, a votação final foi de 233 votos favoráveis e 196 contrários -entre os quais 20 democratas. No Senado, em sessão que foi comandada pelo vice-presidente, Joe Biden, o escore foi de 55 a favor e 43 contra.
"O povo norte-americano quer que nós cheguemos ao meio-termo onde for possível, mas não nos mandou aqui para reforçar as diferenças", disse a democrata Nancy Pelosi, presidente do Congresso, após a aprovação na Câmara. "Ele quer mudança real, e nós viemos aqui para fazer diferença."


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