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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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IMPASSE

Governo apóia BNDES contra AES na Justiça

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já tem o apoio do governo federal para cobrar na Justiça a dívida não paga da AES Elpa -subsidiária da AES Corp- com o banco pela compra do bloco de controle da Eletropaulo, a maior distribuidora de energia do país.
A afirmação é do diretor financeiro do BNDES, Roberto Timótheo da Costa. Segundo ele, o banco prepara artilharia pesada contra a AES. "Cabe ao credor decidir a melhor hora, local e forma para executar a dívida de uma empresa inadimplente", disse Timótheo.
O prazo para o pagamento da dívida não paga de US$ 85 milhões da AES Elpa com o BNDES venceu na quarta-feira passada. O banco esperou até ontem uma nova proposta da empresa, o que não aconteceu.
Desde a última quarta-feira, o BNDES já tem o direito legal de cobrar a dívida na Justiça. Tudo indica, de acordo com o que a Folha apurou, que o banco irá mesmo partir para o litígio.
Nesta semana, o BNDES já deu sinais de que iria mesmo executar a dívida ao ter autorizado a CBLC (Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia), subsidiária da Bovespa, a colocar em leilão os 15,82 bilhões de ações preferenciais da Eletropaulo vendidas, em janeiro de 2000, à AES Transgás, outra subsidiária da AES.
O empréstimo do BNDES à AES Trangás somou cerca de US$ 1 bilhão. As ações compradas foram dadas em garantia ao banco no caso de inadimplência. Como o prazo para pagar essa dívida também venceu, o banco decidiu leiloar as ações preferenciais.
Já a dívida da AES Elpa corresponde ao empréstimo de US$ 888,6 milhões obtido pela empresa para a compra do bloco de controle da Eletropaulo.
De acordo com o que a Folha apurou, uma das alternativas em estudo pelo BNDES para a execução da dívida da AES Elpa é de o banco também leiloar as ações ordinárias da Eletropaulo, o que corresponderia a uma espécie de reprivatização da distribuidora.
Nos EUA, a AES Corp. registrou lucro líquido de US$ 93 milhões no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período do ano passado, havia registrado prejuízo de US$ 313 milhões.


Colaborou a Redação


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