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IMPASSE
Governo apóia BNDES contra AES na Justiça
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) já tem o apoio do governo
federal para cobrar na Justiça a dívida não paga da AES Elpa -subsidiária da AES Corp- com o
banco pela compra do bloco de
controle da Eletropaulo, a maior
distribuidora de energia do país.
A afirmação é do diretor financeiro do BNDES, Roberto Timótheo da Costa. Segundo ele, o banco prepara artilharia pesada contra a AES. "Cabe ao credor decidir
a melhor hora, local e forma para
executar a dívida de uma empresa
inadimplente", disse Timótheo.
O prazo para o pagamento da
dívida não paga de US$ 85 milhões da AES Elpa com o BNDES
venceu na quarta-feira passada. O
banco esperou até ontem uma
nova proposta da empresa, o que
não aconteceu.
Desde a última quarta-feira, o
BNDES já tem o direito legal de
cobrar a dívida na Justiça. Tudo
indica, de acordo com o que a Folha apurou, que o banco irá mesmo partir para o litígio.
Nesta semana, o BNDES já deu
sinais de que iria mesmo executar
a dívida ao ter autorizado a CBLC
(Câmara Brasileira de Liquidação
e Custódia), subsidiária da Bovespa, a colocar em leilão os 15,82 bilhões de ações preferenciais da
Eletropaulo vendidas, em janeiro
de 2000, à AES Transgás, outra
subsidiária da AES.
O empréstimo do BNDES à AES
Trangás somou cerca de US$ 1 bilhão. As ações compradas foram
dadas em garantia ao banco no
caso de inadimplência. Como o
prazo para pagar essa dívida também venceu, o banco decidiu leiloar as ações preferenciais.
Já a dívida da AES Elpa corresponde ao empréstimo de US$
888,6 milhões obtido pela empresa para a compra do bloco de controle da Eletropaulo.
De acordo com o que a Folha
apurou, uma das alternativas em
estudo pelo BNDES para a execução da dívida da AES Elpa é de o
banco também leiloar as ações ordinárias da Eletropaulo, o que
corresponderia a uma espécie de
reprivatização da distribuidora.
Nos EUA, a AES Corp. registrou
lucro líquido de US$ 93 milhões
no primeiro trimestre deste ano.
No mesmo período do ano passado, havia registrado prejuízo de
US$ 313 milhões.
Colaborou a Redação
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