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Congressistas
criticam decisão
de Evo Morales
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na contramão da postura
adotada pelo presidente Lula, congressistas reagiram
com pesadas críticas à decisão do presidente boliviano
Evo Morales de nacionalizar
a exploração de gás e petróleo naquele país. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que
não pode haver "condescendência com tal desvario". Aldo Rebelo (PC do B-SP),
presidente da Câmara, afirmou que o Brasil deve "defender energicamente os interesses nacionais".
Parlamentares ligados à
área de relações externas,
além de Rebelo e Calheiros,
discutiam ontem a criação
de uma comissão geral para
analisar o caso e a possibilidade de envio de uma missão legislativa à Bolívia.
"O governo brasileiro tem
que reagir, ser duro na defesa da Petrobras e do Estado
brasileiro, não dá para ser
condescendente com um
desvario desses, com essa
quebra de contrato, com essa insegurança jurídica",
afirmou Renan.
Aldo defendeu a negociação enérgica com a Bolívia
em busca de "soluções de
preservação dos interesses
do Brasil".
"Creio que o Brasil deve
agir de forma a respeitar a
soberania de um país vizinho e ao mesmo tempo defender energicamente os interesses nacionais representados pela presença da Petrobras", disse Rebelo.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, também criticou o governo boliviano ao
afirmar que Morales errou
ao patrocinar uma "nacionalização hostil".
"Não podemos demonizar
o presidente boliviano pelo
movimento que faz no seu
país pela nacionalização do
mineral, mas também não
podemos apoiar uma nacionalização hostil", afirmou
Berzoini.
O presidente do PMDB,
Michel Temer, também comentou o decreto colombiano. "O governo tem que ser
rigoroso na defesa dos interesses nacionais."
Palanque eleitoral
O pré-candidato do PSDB
à Presidência da República,
Geraldo Alckmin, e o presidente nacional do partido,
Tasso Jereissati, usaram ontem a decisão da Bolívia de
nacionalizar a exploração de
gás e petróleo no país, entre
elas a feita pela Petrobras,
para criticar a política externa do governo Lula e chamar
o presidente de "omisso".
Ambos afirmaram que Lula tem a "obrigação de defender os interesses nacionais" e que deve agir. Para
Alckmin, Lula "está colhendo o que plantou" em relação à Bolívia.
Tasso diz que Lula não
cumpre com a obrigação de
defender interesses brasileiros "imediatamente".
(RANIER BRAGON, SILVIO NAVARRO e LUCIANA CONSTANTINO)
Colaborou Kamila Fernandes, da
Agência Folha, em Fortaleza
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