São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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Brasil vai exportar energia para Argentina

Governo diz que envio não compromete abastecimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil deverá enviar aproximadamente 800 MW (megawatts) médios para a Argentina a partir do final da semana que vem. Caso haja necessidade, a quantidade pode aumentar para até 1.500 MW médios.
O fornecimento ao país vizinho acontecerá entre maio e agosto. Nessa época, as temperaturas são mais baixas e o gás usado nas termelétricas argentinas é desviado para uso no sistema de calefação. Com isso, diminui a capacidade de geração das usinas e se torna necessário importar energia do Brasil.
De acordo com resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), o envio de energia brasileira para a Argentina está condicionado ao não-comprometimento da segurança no abastecimento interno, principalmente o da região Sul do país. Ainda segundo as normas, o montante de energia enviada deverá ser integralmente devolvido ao Brasil no período de setembro a novembro.
O Brasil já definiu que a energia enviada à Argentina será produzida por hidrelétricas ou termelétricas que usem carvão ou óleo. Não será exportada energia produzida por termelétricas que usem gás natural.
Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, esteve reunido com o ministro do Planejamento Federal, Investimentos Públicos e Serviços da Argentina, Júlio Miguel de Vido. Na reunião, além das questões relativas ao envio de energia, foi discutida também a construção de uma hidrelétrica binacional pelos dois países.
A usina ficaria no rio Uruguai, que faz a fronteira entre os dois países no Rio Grande do Sul. No lado brasileiro, estaria localizada na região de Garabi, no município de Garrunchos (RS). Já existem estudos sobre isso há vários anos. A princípio, seria uma única usina, com capacidade de gerar até 1.800 MW.
Atualmente, esse projeto é considerado ambientalmente inviável porque a área alagada seria muito extensa. Provavelmente, a opção será construir duas usinas menores, uma próxima da outra, no mesmo sistema que já foi adotado no rio Madeira. Lá, inicialmente, seria feita uma única usina mas o projeto foi desmembrado.
Ainda não há definição em relação à modelagem do projeto: se ele será concedido à iniciativa privada ou se haverá uma nova estatal binacional, como Itaipu.


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