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DIAS DE TENSÃO
Na véspera da reunião da Opep, Emirados Árabes e Kuait anunciam bombeamento maior, e barril recua a US$ 39,96
Países elevam produção, e petróleo cai 5,6%
DA REDAÇÃO
Na véspera da reunião de cúpula da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), os
Emirados Árabes Unidos anunciaram que irão aumentar sua
produção de petróleo em 400 mil
barris por dia ainda neste mês. O
Kuait também informou que aumentará em 100 mil barris diários
seu bombeamento.
Os anúncios acalmaram os
mercados. Em Nova York, o barril
encerrou os negócios cotado a
US$ 39,96, após ter batido o recorde nominal anteontem. A queda
foi de 5,6%. Em Londres, o Brent
caiu 5,68%, cotado a US$ 36,86.
Hoje, em Beirute, 10 dos 11 países-membros da Opep se reúnem
para discutir sua política de produção. O Iraque não participa.
O cartel entra na reunião sob
pressão dos países consumidores
do petróleo, que querem a elevação da produção como forma de
reduzir os preços. A Argélia, que
faz parte da Opep, propôs que o
cartel suspenda a limitação da
produção pelo sistema de cotas.
Mas o fim das cotas é uma idéia
que dificilmente vingará na reunião de hoje. Kuait e Qatar já se
manifestaram contrários à proposta. Os outros membros do cartel não se manifestaram ontem.
Por outro lado, há a expectativa
de que os países resolvam elevar
sua produção em conjunto.
"Nas atuais circunstâncias [de
mercado], eu acredito que o aumento precisa ser superior a 2 milhões de barris por dia para ter
efeito", disse o ministro do Petróleo dos Emirados Árabes Unidos,
Obaid al-Nasseri.
Seu colega do Qatar, Abdullah
al-Attiyah, disse acreditar que todos os membros da Opep apóiam
uma elevação de produção de 2,5
milhões de barris por dia.
"É o melhor que podemos fazer", disse o ministro do Petróleo
do Qatar. "A Opep quer enviar
um sinal forte para o mercado,
mas não pode controlar o fator
medo, os especuladores e os fatores geopolíticos. Gostaríamos de
poder fazê-lo. O que podemos fazer é aumentar o suprimento."
O ministro acrescentou não
acreditar que o cartel irá suspender sua cota de produção.
De qualquer maneira, pela primeira vez em seus 44 anos, a Opep
está chegando perto de sair do nível de segurança que mantém para atender aos mercados em tempos de crise.
"Suspensão de cotas é a última
arma a ser usada", afirmou o consultor Roger Diwan, da PFC
Energy. "Essa é a hora de fazer isso? Eu acho que não, porque há
óleo suficiente no mercado."
O ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, disse
que não poderia garantir que o
preço do óleo vá cair, mesmo que
a produção do cartel aumente.
"A razão principal [para a alta] é
haver uma percepção de que haverá uma falta do produto no futuro como resultado da instabilidade nos países produtores. Não
há o déficit agora, mas já existe a
especulação", disse.
O discurso que une os países-membros parece ser o mesmo:
ainda que elevem ao máximo sua
produção -e parecem dispostos
a isso, sempre dentro do sistema
de cotas-, o preço não vai cair ao
nível que os países consumidores
gostariam.
Isso porque há outros fatores
pressionando os preços, como o
aumento da demanda por parte
da China, as ameaças terroristas e
o início das férias de verão dos Estados Unidos, o maior consumidor do mundo.
Hoje ainda serão divulgados os
estoques atuais de combustível
norte-americanos, o que pode
voltar a pressionar a cotação do
petróleo.
Com agências internacionais
e o "Financial Times"
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