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FRAUDES DO CAPITAL
Ações do grupo de mídia já despencaram 70% neste ano; contabilidade da empresa é questionada
Bola da vez, Vivendi Universal cai 25,5%
DA REDAÇÃO
Os mercados globais não tiveram tempo para respirar, depois
do abalo provocado pelo escândalo da empresa de telecomunicações norte-americana WorldCom, na semana passada. Ontem
a bola da vez foi a Vivendi Universal, cujas ações chegaram a desabar 40%.
Todas as principais Bolsas encerraram o dia no vermelho. Nos
EUA, a Nasdaq bateu novo recorde de baixa.
A crise na Vivendi Universal se
agravou depois que o jornal francês "Le Monde" publicou ontem
uma reportagem que põe em xeque a lisura da contabilidade da
companhia. O grupo também teve sua classificação rebaixada pela
agência Moody's.
Os investidores entraram em
pânico, por temer uma concordata, e iniciaram uma venda maciça
dos papéis do grupo francês. Ao
final do dia, as ações fecharam
com queda de 25,5%.
Origem no esgoto
A Vivendi, que nasceu na França como uma estatal de serviços
de água e esgoto há 150 anos, tornou-se uma das maiores corporações de mídia do planeta ao assumir o controle da americana Universal. Em meio a uma grave crise
de credibilidade e sob severa pressão dos acionistas, o presidente da
companhia, Jean-Marie Messier,
foi obrigado a renunciar ao cargo
no começo da semana.
Só neste ano, as ações da Vivendi já perderam 70% de seu valor.
Para evitar a bancarrota, a empresa estaria em conversas com bancos para assegurar um empréstimo emergencial estimado entre
US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões.
Messier tem sido responsabilizado pelas dificuldades da empresa. O executivo teria agido rápido
demais ao transformar a centenária companhia de saneamento em
uma gigante que controla a Universal e é dona do "passe" de celebridades pop como Sting e U2.
"Tentei fazer muito, muito rápido", afirmou Messier em entrevista ao jornal "Le Figaro".
"Junk"
De acordo com os analistas, o
novo presidente do grupo, que
ainda não foi apontado, terá uma
dura tarefa para recuperar a confiança perdida. Com o rebaixamento de ontem, a agência
Moody's derrubou a classificação
dos papéis da dívida de longo prazo para a categoria de "junk
bonds" (de risco elevado).
"Há uma reação de pânico. Os
investidores correm a cada menção das palavras "contabilidade" e
"irregularidade'", disse um analista francês. "Com a renúncia do
presidente [Messier" e dúvidas
sobre a estratégia do grupo, o investidor não tem motivos para ficar com as ações da Vivendi."
Com agências internacionais
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