DA REDAÇÃO

A desconfiança em relação à contabilidade das grandes corporações continuou a provocar uma fuga de investidores nas Bolsas de todo o planeta. A crise na Vivendi aprofundou o mau humor nos mercados.
A Nasdaq, que concentra as companhias de tecnologia, caiu mais 3,28%, batendo novo recorde de baixa dos últimos cinco anos. A Bolsa, que se tornou o emblema da chamada "exuberância irracional" da euforia provocada pela expansão da internet e dos serviços de telecomunicações, recuou para níveis anteriores à "bolha" do setor.
O índice, que ultrapassou 5.000 pontos em 2000, fechou ontem a 1.357,82 pontos, o pior patamar desde maio de 1997. Já o índice S&P 500, que engloba um maior número de empresas, caiu 2,12% e foi ao pior nível em mais de quatro anos.
O choque de desconfiança se iniciou em dezembro passado, com a quebra da energética Enron. Na semana passada, a credibilidade das corporações foi posta novamente contra a parede, depois da revelação de uma megafraude na WorldCom, a dona da Embratel, que maquiou de seus balanços US$ 3,8 bilhões em despesas.
"As más notícias se disseminaram nesta semana", disse Brian Bruce, diretor da PanAgora Asset Management.
O índice industrial Dow Jones chegou a operar abaixo dos 9.000 pontos, antes de fechar em 9.008 pontos, o nível mais baixo desde o dia 21 de setembro.
"A queda deve ser mais profunda do que muitos gostariam de admitir", disse Alan Ackerman, diretor da Fahnestock. "A questão é se vivemos uma crise de credibilidade ou uma contração na credibilidade. Ainda há espaço para novas quedas."
Os mercados europeus também fecharam no vermelho. A Bolsa de Londres caiu quase 3%, e a de Frankfurt, 3,91%.



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