São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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Dona da Embratel se esforça para não quebrar

DA REDAÇÃO

O presidente da companhia de telecomunicações norte-americana WorldCom, John Sidgmore, disse ontem que, se não conseguir novos empréstimos com os credores, a única alternativa será um pedido de concordata.
Sidgmore, que assumiu a difícil tarefa de comandar a problemática empresa em abril passado, tenta manter as operações da WorldCom mesmo com o escândalo da semana passada. Uma auditoria interna revelou que, entre o primeiro trimestre do ano passado e o primeiro deste ano, US$ 3,85 bilhões em despesas foram maquiados e lançados nos balanços como investimentos, o que inflou os resultados da companhia.
"Estamos conversando com os bancos, discutindo várias propostas", disse o executivo, durante uma entrevista coletiva, ontem, destinada a melhorar a imagem do grupo. "Estou otimista quanto a chegar a um acordo ainda nesta semana."
As dívidas da WorldCom, a dona da Embratel, são de cerca de US$ 30 bilhões. A companhia já deixou de pagar parte do serviço e dos juros dos débitos, o que fez com que credores a declarassem em "default" (aplicando calote).
Sidgmore também manteve negociações com Harvey Pitt, o diretor da SEC (Securities and Exchange Commission, órgão que fiscaliza o mercado acionário e as empresas de capital aberto nos EUA). Pitt havia dito que os relatórios exibidos até agora pela tele não mostram toda a extensão das práticas contábeis da empresa.
Na semana passada, após revelar a megafraude, a WorldCom foi processada pela SEC sob acusação de fraude. A empresa, cuja ação caiu de um pico de US$ 64 para US$ 0,06, também terá que ampliar a revisão de seus balanços para anos anteriores a 2001, o que deve expor novos truques e aumentar o rombo das fraudes, dizem autoridades dos EUA.
Sidgmore assumiu a presidência do grupo depois que Bernard Ebbers, que fundou a WorldCom e depois a dirigiu por vários anos, foi obrigado a renunciar. Ebbers teria gastado dinheiro da corporação para fins pessoais, e acionistas exigiram a demissão.



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