São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2006

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Semana deve ser menos volátil para os mercados

Feriado em NY deve trazer esvaziamento em pregões

DA REPORTAGEM LOCAL

Passada a tão aguardada reunião do Fed (o banco central dos EUA), esta semana tende a ser menos volátil nos mercados financeiros do mundo.
Na quinta-feira passada, o Fed anunciou a elevação dos juros norte-americanas de 5% para 5,25%, como era amplamente esperado pelos investidores e analistas. Foi a 17ª alta seguida de juros nos Estados Unidos.
Devido ao feriado que fechará o mercado norte-americano amanhã, a tendência -considerando que não há dados econômicos de peso a serem divulgados- é a de que hoje os pregões sejam relativamente tranqüilos nas diferentes praças financeiras.
"O feriado em Nova York traz esvaziamento do mercado no início da semana, permitindo tranqüilidade no mercado interno, já que não há dados relevantes para serem divulgados. Porém, o mercado reaquece a partir da quarta-feira, com a divulgação da produção industrial, com o IPCA, na quinta, e com os dados do mercado de trabalho nos EUA, na sexta", afirma Kelly Trentin, analista da corretora SLW.
Foi após a reunião anterior do Fed, realizada no dia 10 de maio, que o mercado financeiro global entrou na atual fase de turbulências. Após aquele encontro do Fed, a instituição americana mostrou grandes preocupações com a evolução dos índices de inflação no país, além de ter dúvidas quanto ao aquecimento econômico norte-americano.
Isso fez com que analistas e investidores começassem a temer que os juros americanos subissem ainda por longo período.
Quem mais sofreu com o processo de turbulências, dentre os países emergentes, foi a Turquia. O banco central do país se viu obrigado a subir por duas vezes, apenas no mês de junho, a taxa de juros do país.
A atitude teve como finalidade tentar estancar a fuga de recursos estrangeiros do mercado turco, além de buscar evitar a continuidade da depreciação cambial e a conseqüente alta da inflação.
Na semana passada, a agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's, considerada uma das mais importantes do mundo, anunciou a revisão da perspectiva para a nota da Turquia de "positiva" para "estável".
Isso significa que tão cedo o país não terá sua nota de risco (chamada de "rating") elevada.

Nota maior
Para o Brasil, houve uma boa notícia na semana passada. A agência de classificação Fitch Ratings decidiu elevar, em meio à turbulência dos últimos dias, o "rating" atribuído ao Brasil.
Agora o Brasil está apenas a dois degraus do chamado "investment grade", que é a nota dada a países que têm poucos riscos de darem calote. Quem atinge o "investment grade" passa a conseguir com maior facilidade e a menores custos empréstimos no mercado internacional.
A nota soberana do Brasil, na escala da Fitch, foi elevada de "BB-" para "BB".
Na semana passada, como sinal de que a onda de turbulência está menos pesada, a Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu acumular valorização de 5,68%.
"A sinalização de que o aperto monetário dos Estados Unidos pode estar perto do fim deu novo ânimo na semana passada aos investidores. Apesar da recuperação, o mercado local deve permanecer na dependência dos mercados internacionais no curto prazo, sempre com o foco nos próximos passos do Fed", avaliam os analistas da Link Corretora.


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