CLAUDIA ASAZU
da Reportagem Local

Uma jogada de marketing. Assim definiram tradicionais "antarctiqueiros" e "brahmeiros" a fusão entre a Brahma e a Antarctica anunciada anteontem.
"Agora vamos ter o pinguim (símbolo da Antarctica) número 1 (símbolo da Brahma)", disse o publicitário Luiz Mascarenhas, que diz acreditar, no entanto, que a rivalidade entre as duas empresas vai continuar mesmo após a fusão.
"Não dá para imaginar o Brasil e a Argentina, em campo, vestindo a mesma camisa, com o Ronaldo falando castelhano", afirmou Mascarenhas, que afirma ter preferência pela marca Antarctica.
Seu colega Appio Claudio Moraes teme, por outro lado, que os preços subam com o resultado da fusão, a Ambev. Em sua opinião, as demais marcas não conseguirão concorrer com a nova empresa.
"Isso vai pesar no bolso", disse Moraes, que diz beber Brahma quando está no Rio de Janeiro e Antarctica em São Paulo.
Já o advogado José Miragaia, 43, que diz ser fiel consumidor da Brahma há mais de 20 anos, acredita que a mudança vai acabar favorecendo o consumidor.
"As duas empresas vão pegar o que têm de melhor e unir suas qualidades", disse.
Ele prevê, no entanto, que a rivalidade entre as marcas vai continuar. "A disputa sempre existiu e vai continuar existindo."
Essa também é a opinião do empresário Isaías Santos. "A união é só um jogo de interesses, nada vai mudar daqui para a frente", disse.
Santos receia, por outro lado, que os preços subam, já que não haverá mais concorrência. "Mas acho que tudo isso é resultado da globalização", conclui.


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