São Paulo, Sábado, 03 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

BC faz leilão de títulos e dólar cai 0,85%

da Reportagem Local

A estratégia do Banco Central de vender R$ 2,5 bilhões em títulos de variação cambial deu certo. O mercado absorveu todo o lote, e a cotação da moeda recuou 0,85% em relação a anteontem.
O dólar comercial fechou a R$ 1,76, para venda, ontem.
O mercado estava pressionado por dois tipos de vencimentos: US$ 440 milhões em eurobônus (dívidas de empresas brasileiras no exterior), ontem, e R$ 1,54 bilhão em títulos do governo, na segunda-feira.
Os títulos funcionam para o investidor como uma proteção à desvalorização do real em um determinado período de tempo.
As NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial) não só acompanham o câmbio durante o período, mas também pagam juros prefixados.
Se o investidor não tem essa proteção, ele passa a buscá-la no mercado à vista (e remete divisas para o exterior) ou no futuro. Isso provoca pressão no câmbio.
O Tesouro, ao oferecer o leilão, abriu uma possibilidade aos investidores. Eles passaram a trocar dólares por reais para comprar os títulos, que vencem em agosto do ano 2000.
A colocação de dólar no mercado fez cair a cotação.
De qualquer forma, a perspectiva é que neste mês o dólar tenha um comportamento melhor do que em junho (quando chegou ao pico de R$ 1,816). Os vencimentos de títulos do governo e de eurobônus são menores. Além disso, não há um fato novo, como foi a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), no mês passado.
Para fugir do tributo, muitos exportadores anteciparam operações em junho. Em um determinado período, isso provocou escassez da moeda.
A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a apresentar alta, de 1,08%, ontem. Operadores apontaram o comportamento da Bovespa como surpreendente -e a razão foi a alta de 0,66% na Bolsa de Nova York.
O mercado esperava uma realização de lucros, ou seja, que os investidores vendessem os papéis valorizados durante a semana e embolsassem a lucratividade obtida.
Como não aconteceu, a estimativa é que a tendência de venda marque o início da próxima semana.
(MARCELO DIEGO)


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