São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

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Equipe negocia com a diretora fiscal do Fundo

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

A diretora do Departamento Fiscal do Fundo Monetário Internacional, Teresa Ter-Minassian, foi escalada pelo FMI para participar das negociações do novo pacote de ajuda financeira ao Brasil. Isso significa que, apesar da oposição do governo a novos cortes de gastos, mais aperto fiscal deve estar sendo tratado.
Tanto o FMI quanto a equipe econômica brasileira recusam-se a dar quaisquer detalhes das conversas para o fechamento do programa.
As metas de ajuste fiscal exigidas pelo Fundo nos acordos que envolvem empréstimos passam necessariamente pela alçada de Ter-Minassian. Conhecida pelos vestidos de cores extravagantes, a italiana Ter-Minassian entende bem a economia brasileira. Até o ano passado, ela respondia pelo departamento do Hemisfério Ocidental, região que inclui o Brasil. Em várias ocasiões liderou missões do Fundo ao país.
Ontem, a diretora do Fundo almoçou com os integrantes da missão brasileira, liderada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, enviada a Washington para acertar os termos do acordo. "Ela tem um cargo importante no Fundo, provavelmente tem um papel a desempenhar", respondeu Bier, à entrada do prédio do FMI, a pergunta sobre se Ter-Minassian participava das negociações. De vestido amarelo com flores vermelhas, a diretora do FMI não quis dar entrevista.
A posição contrária do governo a mais ajuste fiscal é bem clara. Anteontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que "o Brasil já apertou tanto as contas que já não sabe mais onde apertar para se ajustar a um mundo que enlouqueceu".
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirma que a atual meta do governo de superávit primário -receita menos despesa, sem incluir os gastos com os juros da dívida pública-, de 3,75% do Produto Interno Bruto, é suficiente para estabilizar e até reduzir a proporção da dívida em relação ao PIB.



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