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Equipe negocia com a diretora fiscal do Fundo
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
A diretora do Departamento
Fiscal do Fundo Monetário Internacional, Teresa Ter-Minassian, foi escalada pelo FMI para
participar das negociações do
novo pacote de ajuda financeira ao Brasil. Isso significa que,
apesar da oposição do governo
a novos cortes de gastos, mais
aperto fiscal deve estar sendo
tratado.
Tanto o FMI quanto a equipe
econômica brasileira recusam-se a dar quaisquer detalhes das
conversas para o fechamento
do programa.
As metas de ajuste fiscal exigidas pelo Fundo nos acordos
que envolvem empréstimos
passam necessariamente pela
alçada de Ter-Minassian. Conhecida pelos vestidos de cores
extravagantes, a italiana Ter-Minassian entende bem a economia brasileira. Até o ano
passado, ela respondia pelo departamento do Hemisfério
Ocidental, região que inclui o
Brasil. Em várias ocasiões liderou missões do Fundo ao país.
Ontem, a diretora do Fundo
almoçou com os integrantes da
missão brasileira, liderada pelo
secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier,
enviada a Washington para
acertar os termos do acordo.
"Ela tem um cargo importante
no Fundo, provavelmente tem
um papel a desempenhar", respondeu Bier, à entrada do prédio do FMI, a pergunta sobre se
Ter-Minassian participava das
negociações. De vestido amarelo com flores vermelhas, a diretora do FMI não quis dar entrevista.
A posição contrária do governo a mais ajuste fiscal é bem
clara. Anteontem, o presidente
Fernando Henrique Cardoso
disse que "o Brasil já apertou
tanto as contas que já não sabe
mais onde apertar para se ajustar a um mundo que enlouqueceu".
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan
Goldfajn, afirma que a atual
meta do governo de superávit
primário -receita menos despesa, sem incluir os gastos com
os juros da dívida pública-, de
3,75% do Produto Interno Bruto, é suficiente para estabilizar e
até reduzir a proporção da dívida em relação ao PIB.
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