São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

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Para Armínio, corte de crédito "não é crítico"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que a redução nas linhas de crédito externo para as empresas brasileiras ainda não atingiu "níveis críticos" e não exige uma ação do BC para amenizar a situação.
De acordo com Fraga, as linhas de financiamento de operações de comércio exterior disponíveis hoje estão entre US$ 13 bilhões e US$ 14 bilhões, US$ 2,5 bilhões abaixo da média observada há um ano.
Em 1999, para contornar problema semelhante, Fraga manteve conversas com bancos internacionais para que as instituições mantivessem o financiamento destinado a importações e exportações brasileiras. Fraga diz que, hoje, não acha que essa atuação ocorrida há dois anos tenha sido necessária, pois as linhas de crédito já começavam a reaparecer.
As declarações de Fraga foram dadas durante teleconferência com investidores estrangeiros promovida ontem pelo banco UBS Warburg. Fraga voltou a negar que o governo pretenda reestruturar a dívida pública ou adotar a centralização do câmbio.
Antes mesmo do começo do debate, Fraga procurou, na sua apresentação inicial, convencer os investidores de que a dívida pública "é mais do que administrável" e que um controle maior do fluxo de capitais, por parte do governo, "não funciona" para conter a alta do dólar.
Sobre as incertezas políticas, ele repetiu o que tem dito ao mercado nas últimas semanas: na sua visão, nenhum dos principais candidatos à Presidência deverá promover uma ruptura com as bases da atual política econômica.
O economista-chefe da Goldman Sachs para a América Latina, Paulo Leme, distribuiu a seus clientes um documento relatando conversa que teve com o presidente do BC brasileiro. Segundo o relato de Leme, Fraga disse estar "confiante de que a ajuda financeira e as políticas discutidas com o FMI serão mais do que suficientes para manter o Brasil longe de tais medidas (centralização de câmbio)". Fraga disse ainda que o Brasil está se concentrando estritamente em "políticas ortodoxas" para enfrentar a crise.


Colaborou Marcio Aith, de Washington


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