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Para Armínio, corte de crédito "não é crítico"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, disse ontem que a
redução nas linhas de crédito externo para as empresas brasileiras
ainda não atingiu "níveis críticos"
e não exige uma ação do BC para
amenizar a situação.
De acordo com Fraga, as linhas
de financiamento de operações de
comércio exterior disponíveis hoje estão entre US$ 13 bilhões e US$
14 bilhões, US$ 2,5 bilhões abaixo
da média observada há um ano.
Em 1999, para contornar problema semelhante, Fraga manteve conversas com bancos internacionais para que as instituições
mantivessem o financiamento
destinado a importações e exportações brasileiras. Fraga diz que,
hoje, não acha que essa atuação
ocorrida há dois anos tenha sido
necessária, pois as linhas de crédito já começavam a reaparecer.
As declarações de Fraga foram
dadas durante teleconferência
com investidores estrangeiros
promovida ontem pelo banco
UBS Warburg. Fraga voltou a negar que o governo pretenda reestruturar a dívida pública ou adotar a centralização do câmbio.
Antes mesmo do começo do debate, Fraga procurou, na sua
apresentação inicial, convencer os
investidores de que a dívida pública "é mais do que administrável" e que um controle maior do
fluxo de capitais, por parte do governo, "não funciona" para conter a alta do dólar.
Sobre as incertezas políticas, ele
repetiu o que tem dito ao mercado nas últimas semanas: na sua
visão, nenhum dos principais
candidatos à Presidência deverá
promover uma ruptura com as
bases da atual política econômica.
O economista-chefe da Goldman Sachs para a América Latina,
Paulo Leme, distribuiu a seus
clientes um documento relatando
conversa que teve com o presidente do BC brasileiro. Segundo o
relato de Leme, Fraga disse estar
"confiante de que a ajuda financeira e as políticas discutidas com
o FMI serão mais do que suficientes para manter o Brasil longe de
tais medidas (centralização de
câmbio)". Fraga disse ainda que o
Brasil está se concentrando estritamente em "políticas ortodoxas"
para enfrentar a crise.
Colaborou Marcio Aith, de Washington
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