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CSN paga a JP Morgan dívida de US$ 365 mi
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, afirmou que
remeteu ontem para fora do país
US$ 365 milhões -cerca de R$
1,2 bilhão- para pagar o banco
de investimentos americano JP
Morgan por empréstimo contraído há dois anos.
Segundo Steinbruch, apesar de
se tratar de uma soma significativa, essa remessa de dólares não
provocou uma alta da moeda
americana pelo fato de a empresa
ter se protegido (com "hedge")
para esse vencimento. Ou seja, a
CSN já tinha em caixa -tanto no
Brasil como na sua subsidiária do
exterior- os dólares suficientes
para efetuar o pagamento de ontem. "Nós não tivemos necessidade de ir ao mercado comprar dólar", afirmou.
O empresário admitiu, no entanto, que teve de fazer essa remessa por não ter linhas de crédito no momento para o Brasil.
"Não há financiamentos. Está tudo fechado para o Brasil", afirmou Steinbruch.
Se os bancos não tivessem cortado as linhas de crédito, o empresário diz que poderia ter optado
por quitar o empréstimo com outro financiamento, como acontecia normalmente.
A CSN não é um caso isolado.
Todas as empresas brasileiras estão sendo obrigadas a quitar seus
empréstimos externos no dia do
vencimento. Essa é uma das razões que explicam a alta do dólar
na última semana. As empresas
que não se protegeram, ou seja,
que não tinham dólar em caixa, tiveram de ir ao mercado comprar
a moeda americana. Essa procura
fez com que a moeda mais de 5%
em um só dia.
Steinbruch atribui esse fechamento do mercado a três fatores.
Em primeiro lugar, à crise americana. Em segundo, às incertezas
eleitorais no Brasil e, em terceiro,
ao alto endividamento do país.
A instabilidade no mercado de
câmbio deve continuar nos próximos meses. Só para agosto está
previsto o vencimento de cerca de
US$ 1 bilhão de títulos de empresas privadas. Até o final do ano, o
total de vencimentos do setor privado soma US$ 5 bilhões.
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