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INCENTIVO
Ministro diz ser favorável à inclusão de empresas que exportam menos de 80% da produção, mas que Fazenda é contra
Furlan defende ampliação da "MP do Bem"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Desenvolvimento defende a inclusão de empresas que exportam menos de
80% de sua produção nos benefícios previstos na "MP do Bem".
Ou seja, isenção do pagamento do
PIS e da Cofins nas aquisições de
máquinas e equipamentos, mas o
Ministério da Fazenda é contra,
por causa do impacto fiscal que
isso geraria, disse ontem o ministro Luiz Fernando Furlan.
"Nós, no Ministério do Desenvolvimento, achamos que pode
haver mais flexibilidade, mas a
posição da Fazenda é manter os
80% porque essa é a definição de
empresas preponderantemente
exportadoras", disse. Segundo
ele, no futuro a idéia do governo é
eliminar os impostos sobre todos
os investimentos.
"Neste momento, não podemos
desonerar tudo por questões orçamentárias. Por isso tivemos de
escolher alguns setores", afirmou.
Ele também defendeu a inclusão
no setor de energia na MP, que está em análise no Congresso.
Segundo Furlan, a isenção do
pagamento de PIS/Cofins resultaria em um "efeito positivo sobre
toda a economia no futuro", mas
o tema ainda está em discussão
no governo, que deverá definir
hoje sua posição sobre as mudanças em análise no Congresso.
O relator da MP 252, deputado
Custódio Mattos (PSDB-MG),
propôs o escalonamento no percentual de exportações das empresas que poderão ter o benefício. Segundo ele, as empresas que
exportam 50% da produção receberiam o benefício, e essa proporção alcançaria 80% em três anos.
Surpresa
Para Furlan, até o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva está surpreso com o fato de as importações não estarem crescendo, apesar da desvalorização do dólar.
"Telefonei para o presidente
Lula e ele me disse que talvez seja
demasiado para nós termos saldo
comercial mensal de US$ 4 bilhões, US$ 5 bilhões."
"É que o aumento das exportações pressupõe o aumento também das importações, mas isso
não está ocorrendo, apesar da taxa de câmbio", explicou Furlan à
platéia na abertura do Fórum para o Desenvolvimento Empresarial, onde contou a conversa que
teve com o presidente.
Na segunda-feira, Furlan disse,
em São Paulo, que, se houvesse
maior demanda doméstica no
Brasil, as importações estariam
aumentando a um ritmo maior.
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