São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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SUCESSÃO

Executivo deverá continuar à frente do conselho

Presidente da Gerdau já prepara plano para transmitir comando

RAYMOND COLITT
DO "FINANCIAL TIMES", EM PORTO ALEGRE

Jorge Gerdau Johannpeter vai renunciar como presidente-executivo do maior grupo siderúrgico das Américas dentro de dois anos, mas promete manter o grupo Gerdau sob controle familiar.
Gerdau, 67, disse que manteria o posto de presidente do conselho do grupo. Frederico Gerdau Johannpeter, seu irmão, renunciaria à primeira vice-presidência da empresa, mas continuaria a ser vice-presidente do conselho.
"Essa será a segunda fase na substituição da velha pela nova geração", disse.
O anúncio reflete mais que os esforços de Gerdau para garantir uma transição suave quando de sua aposentadoria; o grupo que ele dirige fez avanços significativos, nos últimos anos, no que tange à profissionalização de seus quadros executivos e melhora na governança corporativa.
Três membros da família renunciaram a postos executivos importantes e foram substituídos por profissionais de fora. O aumento da transparência e a melhora na governança corporativa ajudaram a elevar o valor das ações da Gerdau em 88% ao ano, em média, de 1999 para cá.
Gerdau está no comando de um plano de expansão que, ao longo dos próximos anos, pretende acrescentar 4 milhões de toneladas à atual capacidade de produção de 14,6 milhões de toneladas de aço bruto ao ano.
Como parte do processo, a empresa decidiu investir até US$ 300 milhões para aumentar em 1 milhão de toneladas anuais sua capacidade de produção em São Paulo, além de US$ 1,2 bilhão para expandir a produção em sua usina em Minas Gerais, em 3 milhões de toneladas anuais de aço bruto.
Gerdau se recusou a dizer quem seria seu provável sucessor. "Não está decidido ainda, mas já estamos trabalhando nisso."
Os possíveis candidatos incluem dois membros da família que ocupam vice-presidências: André B. Gerdau Johannpeter e Cláudio Gerdau Johannpeter. Mas fontes próximas a Jorge Gerdau dizem que ele não descarta a possibilidade de um candidato de fora da família.
Ainda assim, Gerdau insistiu em que o grupo continuaria sob o controle da família. "Na indústria siderúrgica, é essencial manter uma política consistente e de longo prazo, e só se pode assegurar essa condição por meio de um controle firme", disse ele.


Tradução de Paulo Migliacci

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