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Novo ciclo de investimentos prevê negócios bilionários
DA REPORTAGEM LOCAL
Os primeiros fundos de "private equities" desembarcaram
no Brasil em 1997, pouco antes
da crise asiática. Vários tiveram
pesadas perdas em 1999 com a
desvalorização do real e, logo
depois, com o estouro da bolha
da internet brasileira.
Os sobreviventes só encerraram seu ciclo de investimento
em 2005, com a abertura de capital das empresas compradas
no Novo Mercado da Bovespa.
Desde 1997, captaram e investiram cerca de US$ 5 bilhões.
O mercado agora se prepara
para um segundo ciclo grande
de investimentos, com a possibilidade de levantar até US$ 30
bilhões até 2017, o que colocará
o Brasil numa rota de negócios
bilionários, como nos EUA.
"Teremos aquisições bilionárias nesse novo ciclo. [Os "equities"] serão os grandes compradores de indústrias de porte,
como acontece em todo o mundo", disse Patrice Etlin, do Advent, o maior fundo latino-americano, que captou US$ 1,3
bilhão no final de julho.
"O Brasil começará em breve
a participar de negócios vultosos nas áreas de turismo, energia e imóveis", disse Marcus
Regueira, da ABVCap (Associação Brasileira de Private Equity
e Venture Capital).
O primeiro negócio bilionário foi a compra da mineradora
Magnesita por R$ 1,24 bilhão
pelo GP Investimentos, que
captou US$ 1 bilhão em julho.
Para Etlin, os setores que
mais despertarão interesse dos
fundos de "private equities" serão os com maior potencial de
crescimento ou demanda reprimida. "Os setores mais
atraentes são os de varejo, educação, bens de consumo, como
cosméticos e produtos de limpeza, e até infra-estrutura de
transportes", disse.
Para o professor Antonio
Gledson de Carvalho, da FGV
(Fundação Getulio Vargas), os
fundos de "private equities" terão papel importante na consolidação de setores importantes
da indústria brasileira, que hoje
precisam ganhar competitividade para sobreviver.
Ele cita o caso da Dasa, investimento do fundo Pátria, que
uniu os laboratórios Delboni
Auriemo, Lavoisier e Elkis e
Furlanetto para comprar equipamentos sofisticados que não
seriam viáveis para apenas um
deles. "O Pátria não mudou só a
empresa Dasa, mas o setor de
laboratórios em si. Eles tiveram
a visão de que precisavam de
escala para comprar máquinas
sofisticadas", disse.
"Com o horizonte de longo
prazo, começam a surgir oportunidades, como em infra-estrutura e geração de energia.
Como aconteceu com a Dasa, o
foco agora são as universidades
e o ensino superior", disse Alexandre Saigh, sócio do Pátria.
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