São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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Novo ciclo de investimentos prevê negócios bilionários

DA REPORTAGEM LOCAL

Os primeiros fundos de "private equities" desembarcaram no Brasil em 1997, pouco antes da crise asiática. Vários tiveram pesadas perdas em 1999 com a desvalorização do real e, logo depois, com o estouro da bolha da internet brasileira.
Os sobreviventes só encerraram seu ciclo de investimento em 2005, com a abertura de capital das empresas compradas no Novo Mercado da Bovespa. Desde 1997, captaram e investiram cerca de US$ 5 bilhões.
O mercado agora se prepara para um segundo ciclo grande de investimentos, com a possibilidade de levantar até US$ 30 bilhões até 2017, o que colocará o Brasil numa rota de negócios bilionários, como nos EUA.
"Teremos aquisições bilionárias nesse novo ciclo. [Os "equities"] serão os grandes compradores de indústrias de porte, como acontece em todo o mundo", disse Patrice Etlin, do Advent, o maior fundo latino-americano, que captou US$ 1,3 bilhão no final de julho.
"O Brasil começará em breve a participar de negócios vultosos nas áreas de turismo, energia e imóveis", disse Marcus Regueira, da ABVCap (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital).
O primeiro negócio bilionário foi a compra da mineradora Magnesita por R$ 1,24 bilhão pelo GP Investimentos, que captou US$ 1 bilhão em julho.
Para Etlin, os setores que mais despertarão interesse dos fundos de "private equities" serão os com maior potencial de crescimento ou demanda reprimida. "Os setores mais atraentes são os de varejo, educação, bens de consumo, como cosméticos e produtos de limpeza, e até infra-estrutura de transportes", disse.
Para o professor Antonio Gledson de Carvalho, da FGV (Fundação Getulio Vargas), os fundos de "private equities" terão papel importante na consolidação de setores importantes da indústria brasileira, que hoje precisam ganhar competitividade para sobreviver.
Ele cita o caso da Dasa, investimento do fundo Pátria, que uniu os laboratórios Delboni Auriemo, Lavoisier e Elkis e Furlanetto para comprar equipamentos sofisticados que não seriam viáveis para apenas um deles. "O Pátria não mudou só a empresa Dasa, mas o setor de laboratórios em si. Eles tiveram a visão de que precisavam de escala para comprar máquinas sofisticadas", disse.
"Com o horizonte de longo prazo, começam a surgir oportunidades, como em infra-estrutura e geração de energia. Como aconteceu com a Dasa, o foco agora são as universidades e o ensino superior", disse Alexandre Saigh, sócio do Pátria.


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