São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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BC dos BCs vê uma "sombra escura" sobre os mercados

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise no crédito imobiliário dos EUA traz uma "sombra escura" sobre os mercados globais, que ainda não sabem o quanto as instituições estão expostas a perdas, afirma relatório do BIS (Banco para Compensações Internacionais).
O BIS, uma espécie de "banco central dos bancos centrais", afirma que a crise causou uma completa desconfiança na avaliação tanto dos papéis do mercado imobiliário como de outros segmentos do crédito, levando ao aumento geral nas taxas e margens de juros.
"Como as incertezas sobre a extensão e a distribuição dessas perdas se espalharam pelo sistema financeiro, os investidores fogem para paraísos seguros, e a demanda por liquidez aumenta", afirma o BIS.
De acordo com o banco, as perdas com o crédito imobiliário "subprime" (segunda linha) espirram agora na negociação de outros ativos, como ações e papéis de dívidas de empresas. "A tolerância ao risco no mercado de ações caiu significativamente. As ações do setor financeiro e de empresas ligadas ao mercado imobiliário tiveram as piores performances nas Bolsas", afirma o banco.
Por outro lado o BIS reconhece que os mercados emergentes mostraram-se relativamente imunes à crise durante a maior parte do período de turbulência, refletindo as "condições favoráveis" de suas economias. Diz ainda que os países da América Latina tiveram forte presença no mercado de crédito no segundo trimestre, pouco antes do agravamento da crise.
No primeiro trimestre, o BIS diz que os países ricos tiveram um volume de US$ 25 trilhões em pedidos de resgate internacional em depósitos nos bancos, o maior volume desde 1987. A maioria desses resgates foi entre os EUA e o Reino Unido, e dos EUA para paraísos fiscais no Caribe, para a Suíça e para os países da zona do euro.
O BIS afirma ainda que os emergentes receberam, no primeiro trimestre do ano, seu maior fluxo de dinheiro estrangeiro em quatro anos. Agora, o banco vê com preocupação uma eventual saída de capitais especulativos que entraram nos países emergentes devido ao atual aperto na liquidez.
Segundo o banco, não houve elevação significativa nas operações com derivativos no segundo trimestre deste ano, com exceção de um "modesto" aumento de 34% nas negociações do real brasileiro e de 26% do dólar canadense, em relação ao primeiro trimestre do ano.


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