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BC dos BCs vê uma "sombra escura" sobre os mercados
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise no crédito imobiliário
dos EUA traz uma "sombra escura" sobre os mercados globais, que ainda não sabem o
quanto as instituições estão expostas a perdas, afirma relatório do BIS (Banco para Compensações Internacionais).
O BIS, uma espécie de "banco
central dos bancos centrais",
afirma que a crise causou uma
completa desconfiança na avaliação tanto dos papéis do mercado imobiliário como de outros segmentos do crédito, levando ao aumento geral nas taxas e margens de juros.
"Como as incertezas sobre a
extensão e a distribuição dessas
perdas se espalharam pelo sistema financeiro, os investidores fogem para paraísos seguros, e a demanda por liquidez
aumenta", afirma o BIS.
De acordo com o banco, as
perdas com o crédito imobiliário "subprime" (segunda linha)
espirram agora na negociação
de outros ativos, como ações e
papéis de dívidas de empresas.
"A tolerância ao risco no mercado de ações caiu significativamente. As ações do setor financeiro e de empresas ligadas
ao mercado imobiliário tiveram as piores performances
nas Bolsas", afirma o banco.
Por outro lado o BIS reconhece que os mercados emergentes mostraram-se relativamente imunes à crise durante a
maior parte do período de turbulência, refletindo as "condições favoráveis" de suas economias. Diz ainda que os países da
América Latina tiveram forte
presença no mercado de crédito no segundo trimestre, pouco
antes do agravamento da crise.
No primeiro trimestre, o BIS
diz que os países ricos tiveram
um volume de US$ 25 trilhões
em pedidos de resgate internacional em depósitos nos bancos, o maior volume desde
1987. A maioria desses resgates
foi entre os EUA e o Reino Unido, e dos EUA para paraísos fiscais no Caribe, para a Suíça e
para os países da zona do euro.
O BIS afirma ainda que os
emergentes receberam, no primeiro trimestre do ano, seu
maior fluxo de dinheiro estrangeiro em quatro anos. Agora, o
banco vê com preocupação
uma eventual saída de capitais
especulativos que entraram
nos países emergentes devido
ao atual aperto na liquidez.
Segundo o banco, não houve
elevação significativa nas operações com derivativos no segundo trimestre deste ano, com
exceção de um "modesto" aumento de 34% nas negociações
do real brasileiro e de 26% do
dólar canadense, em relação ao
primeiro trimestre do ano.
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