São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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Reunião do Copom marca a semana mais curta

Mercado espera que os juros caiam ao menos 0,25 ponto

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana mais curta dará menos oportunidades para os mercados financeiros sofrerem grandes oscilações. Hoje é feriado nos Estados Unidos, pelo Dia do Trabalho. No Brasil, na sexta-feira, será comemorado o feriado pelo Dia da Independência.
Devido ao feriado norte-americano, os mercados brasileiros devem ter um dia morno hoje, por perderem sua principal referência. O feriado também deve acabar por diminuir as operações dos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo, onde respondem por cerca de 35% dos negócios.
A agenda de eventos econômicos da semana será mais intensa na quarta-feira. Nesse dia, será conhecido nos Estados Unidos o livro bege, que é uma compilação de dados da economia norte-americana feita periodicamente pelo Fed (o banco central dos EUA).
Ainda na quarta, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro) irá definir a nova taxa básica de juros da economia, a Selic, que está em 11,5%. A opinião que prevalece entre analistas e investidores é a de que a taxa será reduzida novamente, mas em 0,25 ponto percentual.
Se a decisão do Copom for a de manter a taxa inalterada, a Bovespa pode perder forças neste momento de recuperação. Para o mercado acionário, juros menores são sempre mais interessantes, pois estimulam os investidores a arriscarem mais e aplicarem em ações.
"Nesta semana, que será curta, serão divulgados importantes indicadores da atividade norte-americana. No Brasil, as atenções deverão se concentrar na divulgação da decisão do Copom na quarta-feira", aponta a corretora Coinvalores.
"Acreditamos que a agenda americana será acompanhada de perto pelos agentes econômicos neste início de mês, para poderem identificar os possíveis impactos das turbulências dos mercados na atividade econômica", avalia.

Dados dos EUA
Alguns importantes dados do setor imobiliário dos EUA vão ser divulgados nos próximos dias. Na quarta, a MBA (associação que representa os bancos de financiamento imobiliário nos Estados Unidos) vai apresentar os dados sobre as solicitações de empréstimos imobiliários até o dia 31 de agosto. No mesmo dia, será apresentado o último levantamento sobre as vendas de casas usadas nos EUA.
Na última semana de julho, o setor de crédito habitacional norte-americano de alto risco passou a enfrentar problemas de solvência. Com medo de que a crise se espalhasse, afetando o sistema financeiro e, conseqüentemente, o desempenho da economia real, os investidores venderam ações e derrubaram as Bolsas.
O presidente do Fed, Ben Bernanke, tem dito que a autoridade monetária americana fará o que puder para evitar que a crise imobiliária afete a economia real. Com isso, boa parte do mercado passou a apostar na redução na taxa básica de juros dos Estados Unidos, que está em 5,25% anuais. A próxima reunião do Fed, que definirá os juros do país, está marcada para o dia 18 deste mês.
Na quinta-feira, o BCE (Banco Central Europeu) vai se reunir para decidir a taxa básica de juros da região.
Já o mercado brasileiro vai conhecer na quinta-feira o resultado do IPCA de agosto.
A expectativa é que a taxa fique em torno de 0,48%. O IPCA é a taxa usada pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação. Se a meta não estiver sendo ameaçada, crescem as possibilidades de a taxa básica de juros seguir em rota de queda.


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