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ECONOMIA DE GUERRA
Fed diz que atentados ampliaram incerteza e faz 9ª redução da taxa neste ano, que recua para 2,5%
Juro cai nos EUA ao menor nível desde 62
DA REDAÇÃO
O Fed (Federal Reserve, o BC
dos EUA) reduziu os juros norte-americanos em meio ponto percentual, para 2,5%. Foi a nona redução das taxas neste ano, numa
tentativa de desviar a economia
americana do caminho de uma
recessão. Os juros dos EUA são,
agora, os menores desde maio de
1962, quase 40 anos.
O Fed afirmou, em comunicado, que os atentados terroristas
aos Estados Unidos, no dia 11 de
setembro, intensificaram as incertezas em relação à economia,
que já estava enfraquecida.
"Os gastos de empresas e de
consumidores vêm caindo ainda
mais", diz a nota.
Ao reduzir os juros para 2,5%, o
Fed as levou para níveis menores
do que os da inflação, que, até
agosto, era de 2,7%.
O corte já era esperado pela
maioria dos analistas e teve pouco
impacto nas Bolsas. O índice Dow
Jones subiu 1,29%, e a Nasdaq,
0,80%. No dia 17 de setembro, o
Fed já havia reduzido os juros em
meio ponto percentual. Naquele
dia, as Bolsas norte-americanas
reabriram, depois de ficarem fechadas por quatro dias, após os
ataques ao World Trade Center e
ao Pentágono.
A medida, que fez parte de uma
ação conjunta com o Banco Central Europeu, que reduziu seus juros de 4,25% para 3,75%, não foi
suficiente para impedir a queda
da Bolsa de Nova York. Naquele
dia, o índice Dow Jones teve a
maior queda em pontos de sua
história.
Desde então, alguns indicadores pessimistas sobre a economia
do país foram divulgados. O número de pedidos de auxílio-desemprego cresceu e muito dinheiro foi perdido com a desvalorização do preço das ações nas Bolsas
de Valores. O pior veio na semana
passada, quando o Conference
Board divulgou que a confiança
dos consumidores na economia
do país é a menor em cinco anos e
meio.
O consumo é responsável por
dois terços do PIB dos EUA e a
queda do indicador pode ser interpretada como um claro sinal de
que o país deve já estar em recessão neste segundo semestre.
Muitos economistas já afirmam
que, após crescer apenas 0,3% no
segundo trimestre deste ano, a
economia americana já está em
recessão. A grande questão é saber se os cortes promovidos pelo
Fed, que costumam ter o poder de
impulsionar os gastos dos consumidores, serão suficientes para
mudar a situação com a qual o
banco central tem de lidar: um
país temeroso de novos ataques
terroristas.
Ainda assim, o Fed mantém certo otimismo e classifica o atual
momento como incomum: "As
perspectivas de longo prazo
quanto ao crescimento da produtividade e da economia continuam favoráveis".
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