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TESOURO
Projeto do Orçamento prevê aumento de 64,7% na despesa de rolagem
País deve emitir R$ 860 bi em 2004
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução dos prazos dos títulos
públicos por causa da crise do ano
passado é um dos principais motivos para um aumento previsto
de 64,7% na emissão desses papéis em 2004 em relação a 2003.
A despesa de R$ 860 bilhões
com o refinanciamento da dívida
está prevista no projeto do Orçamento de 2004. Neste ano, o gasto
programado é de R$ 522 bilhões.
De acordo com técnicos do Tesouro e da Comissão Mista de Orçamento, o aumento da rolagem
(troca de títulos velhos por novos)
também acontece devido à elevação do total da dívida.
Mas, nesse caso, o aumento é de
apenas 9%. O total do endividamento deverá sair de R$ 1,1 trilhão
neste ano para R$ 1,2 trilhão no
ano que vem, incluindo na conta
os títulos no mercado e aqueles na
carteira do Banco Central. O encurtamento dos títulos concentrou os vencimentos nos próximos anos.
O Tesouro Nacional vem conseguindo alongar o prazo dos títulos
públicos. Mas, em alguns casos,
os prazos continuam curtos porque a idéia também é melhorar o
perfil da dívida. Nesse caso estão
incluídos os títulos com correção
definida antes do vencimento
(prefixados).
Em 2002, o Tesouro teve dificuldade para emitir títulos porque os
investidores desconfiavam da política econômica que seria implementada pelo novo governo.
Para o aumento do total da dívida em 2004, o governo está contando com uma incorporação de
R$ 162,5 bilhões de juros. Além
disso, serão emitidos R$ 7,5 bilhões para cobrir o prejuízo do
Banco Central em 2002 e outros
R$ 6 bilhões para saneamento de
bancos estaduais federalizados.
Até agosto, o total da dívida em
títulos do governo era de R$ 944
bilhões, incluindo os títulos que
estão em poder do BC. No projeto
do Orçamento, o governo exclui
os títulos ligados à dívida agrícola.
Superávit
O projeto do Orçamento de
2004 prevê que R$ 11,5 bilhões do
superávit primário de R$ 42,4 bilhões serão utilizados para pagamento de dívida. A maior parte
do dinheiro não pode ser usada
para abater dívida porque está
vinculada a outros tipos de gastos.
O superávit é a economia de receita de impostos usada para pagar
os juros da dívida pública.
Para calcular as despesas com a
dívida em mercado em 2004, o
governo considerou uma taxa básica de juros média de 15,17% ao
ano e uma taxa de câmbio média
de R$ 3,37.
Enquanto a parte financeira do
projeto Orçamento é de R$ 1,2 trilhão, a que trata das receitas de
impostos e contribuições prevê
receitas de apenas R$ 402,2 bilhões.
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