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Valor de mercado da Vale sobe 140% no ano
Cifra atinge US$ 167,3 bi, o que torna a companhia brasileira a 16ª maior do continente, à frente de Petrobras, IBM e JP Morgan
Desempenho contrasta com
o da Petrobras, cujos papéis
preferenciais tiveram alta
de 24,6% em 2007, contra
107,5% obtidos pela Vale
PEDRO SOARES
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Após se tornar a maior companhia brasileira e superar a
Petrobras no começo deste
ano, a Vale do Rio Doce bateu
novo recorde e seu valor de
mercado atingiu US$ 167,3 bilhões -alta de 140% ante a cifra
registrada ao final de 2006
(US$ 69,8 bilhões).
A Vale já deixou para trás os
gigantes norte-americanos
IBM e JP Morgan Chase e se
aproxima da Pfizer. É a 31ª
maior companhia mundial e a
16ª das Américas, segundo ranking elaborado pela Economática a pedido da Folha. Está
ainda duas posições à frente da
Petrobras, a 18ª entre as principais empresas das Américas.
Desde a privatização da Vale,
em maio de 1997, o valor de
mercado da mineradora já subiu 1.524%. Na época, a cifra
era US$ 10,330 bilhões.
Mais recentemente, a aquisição da Inco fez saltar o valor da
empresa, que estava avaliada
em US$ 53,432 bilhões em outubro de 2006, quando o negócio foi fechado.
Com uma política agressiva
de comunicação e diante de
bons resultados, a Vale viu sua
capitalização de mercado crescer. Já a Petrobras, afetada por
ingerências políticas e pelo sobe-e-desce dos preços do petróleo que prejudicou o desempenho da companhia no primeiro trimestre, perdeu valor
neste ano. O valor de mercado
da estatal caiu para US$
159,343 bilhões. O desempenho ruim se refletiu no preço
das ações. Os papéis preferenciais da Petrobras tiveram valorização de 24,6% neste ano
(até 27 de setembro). Já os da
Vale subiram 107,5%.
Segundo o presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, a
expansão do valor de mercado
é um reflexo da alta das commodities, que "estão no momento bastante demandadas,
principalmente pelo crescimento na Ásia".
O executivo acredita que
2008 também será um bom
ano para a companhia. "No ano
que vem, a gente também vai
ter um ano com forte demanda
por minério de ferro. Não tem
nenhum sinal de enfraquecimento no mercado."
Diante do cenário positivo,
Agnelli disse que a expectativa
é ampliar os investimentos nos
próximos anos. "O mercado deve continuar forte no ano que
vem, em 2009 e em 2010. A
gente tem discutido internamente os orçamentos da companhia para os próximos anos,
e a intenção é acelerar os investimentos."
O lado negativo de tal aquecimento, diz, é a alta dos custos
dos novos investimentos, afetados também por "restrições
ambientais em vários países".
"Todos [os mineradores] estão trabalhando no limite da
capacidade de produção e mal
conseguem atender à demanda. Para o futuro, não tem nada
que diga que vai mudar essa
condição", avaliou Agnelli.
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